sexta-feira, 27 de setembro de 2013

As mulheres da Bíblia

Dom José Francisco Rezende Dias
Arcebispo de Niterói (RJ)

“Têmpera... Mulheres têm é têmpera, pura energia e têmpera, pura magia e têmpera, temperatura e paixão. É que as mulheres sempre são, sempre serão, a chave do seu tempo, o charme de uma etapa, o tapa na acomodação, o vírus da alegria o amor e o nó da solidão...” (Têmpera – Gonzaguinha).

Não é de hoje que a arte alcança o que de outra forma seria perdido. Precisei pedir licença à arte para apresentar hoje duas mulheres que, na Bíblia, mostraram sua têmpera: a capacidade de aumentar a rigidez e suportar os abalos da vida. Os homens têm força, mas as mulheres têm resistência: são capazes de passar a noite velando o filho doente e enfrentarem o dia seguinte – maquiadas, prontas e lindas – como se nada houvesse acontecido.

Eva é a mãe. “Adão chamou sua mulher Eva, porque era a mãe de todos os viventes” (Gn 3,20). A História tatuou em Eva a cicatriz da sedutora. No entanto, a verdadeira afirmação da Bíblia é a de Eva ser a mãe de todos os viventes. E registre o fato dessa afirmação ter sido feita depois do relato da queda. Nem a queda tirou de Eva o lugar da maternidade: ela é a mãe da vida, ela tem vida, ela serve à vida.

Cabe à mulher a maior de todas as tarefas: a de apresentar à criança o sentido básico da afirmação da vida. “Que bom que você está aqui!” Enquanto afirmação da vida, a maternidade é consequente afirmação da bondade do mundo. É bom viver aqui. O mundo deve ser o espaço em que estamos seguros, somos bem-vindos e devemos estar. Desde o início, mãe e criação estão ligadas.

Outro lado do feminino, o lado mais triste, se refere ao abandono. A literatura está repleta de casos de abandono. Antigamente, as guerras eram o principal motivo do abandono. Hoje, são as guerras familiares. No Primeiro Testamento, Agar foi abandonada. Sara, esposa de Abraão era estéril. Conforme os costumes da época, ela oferece ao marido a sua escrava Agar para lhe dar um filho. Mas Agar, assim que fica grávida, começa a espicaçar sua patroa. E Sara não suporta a dupla humilhação. Convém aqui destacar um aspecto negativo que, às vezes, aparece no feminino: a inveja. Sara é invejosa. Não suporta a gravidez de Agar. Muitas mulheres não suportam que outras vivam o que elas mesmas se proibiram de viver ou o que não é possível para elas. Ao invés de se alegrarem diante da força de outra mulher, elas acabam combatendo-as. O antídoto do veneno de Sara será o contentamento de Isabel ante a gravidez de Maria. Até o menino se mexeu dentro dela!

Um anjo garante a Agar que se ela voltar, seu filho também terá prodigiosa descendência. Deus ouviu você, Agar (Gn 16,11). Agar, agora, carrega uma promessa. Sabe que é vista por Deus em sua grandeza, e que ninguém poderá tirar isso dela. Ela carrega algo divino, e o mundo não tem mais poder sobre ela.

Meu espaço só me permitiu falar dessas duas mulheres bíblicas. São tantas! Mas aí está o essencial: Deus jamais abandonará você. Jamais abandonou alguém.

Visita do Terço dos Homens de Santa Quitéria

O Terço dos Homens da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, realizado todas as segundas-feiras, às 19h, na Igreja Matriz de Hidrolândia, recebeu na noite desta segunda (23) a participação dos integrantes do Terço dos Homens do município vizinho de Santa Quitéria. 

O Terço reuniu cerca de 195 pessoas que lotaram a Igreja Matriz, no qual todos que estavam ali presentes rezaram o Terço e ao término da celebração, após as orações foi oferecido um lanche pelos anfitriões.


quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Os homens da Bíblia

Dom José Francisco Rezende Dias
Arcebispo de Niterói (RJ)

Soube de uma senhora, ainda jovem, que narrou a força que fizera pra levar o marido à Missa, homem duro, de vontade de ferro e coração de pedra. Demorou. Mas, um dia, ele foi. Era perto do Natal, nada mais natural. Sentou-se sério, ouvido atento. O que ela não esperava é que, justo naquele dia, fosse lida a genealogia de Jesus: “Abraão gerou Isaac, Isaac gerou Jacó, Jacó gerou Judá...” três vezes: quatorze gerações. Ela se encolheu no banco e pensou: É o fim! No caminho de volta, silêncio total. Assim que entrou, ela pediu desculpas. Seria melhor outro texto, mais saboroso... Qual não foi a sua surpresa, quando o marido lhe confiou que nunca mais faltaria à Missa. E completou: Aquela não é a minha família? Não posso ficar fora dela!

Hoje quero falar dos homens dessa família. Na semana que vem, as mulheres. Adão é o primeiro homem: o homem mítico, o homem-criança. Preso a um jardim-de-infância, precisou romper com o lado infantil. Mas, ao fazer isso, como todos os homens-crianças acabam fazendo, rompeu também com a figura paterna, estancou a fonte, quebrou a harmonia. E se tornou um homem com mágoa do pai. E homens com mágoa paterna sempre têm problemas com autoridade.

Abraão é o peregrino que parte para chegar a si mesmo, e, para isso, precisa romper todas as dependências e apegos. “Sai da tua terra e vai...” (Gn 12,1). Enquanto Adão rompeu com Deus para buscar a liberdade, Abraão se uniu ainda mais a Ele, justamente, para buscar construir-se. Para onde vamos? Sempre para casa. Tudo o que começou com Adão, recomeça com Abraão. Quem sabe agora dê certo? Parece ser sempre essa a expectativa de Deus.

Isaac sequer mudou de nome. Ele vai permanecer no papel de vítima onde foi colocado pelo pai. Será enganado por Rebeca. Contudo, enquanto vítima, foi também algoz. Cego, ele prefere Jacó e fere Esaú. Sara já havia pressionado Abraão a repudiar Ismael, o filho da escrava. Isaac revê o drama se repetindo ali: irmãos que não se entendem, Esaú pronto a matar Jacó. Assuntos não resolvidos sempre se repetirão.

E Jacó? Esse foi o “filhinho da mamãe”. Por ele, Rebeca enganou o marido e perdeu o outro filho. Jacó teve de fugir para reconstruir a vida em outro lugar. Será enganado pelo sogro que lhe dará Lia no lugar de Raquel. Sempre as mesmas questões e as mesmas repetições. No final, Jacó terá de enfrentar o irmão Esaú. Só então receberá a bênção que um dia roubou. Quando, no fim da história, os dois irmãos se encontrarem e se reconciliarem, Jacó dirá a Esaú: “Vim à tua presença como se vem à presença de Deus...” (Gn 33,10). Fecha-se o ciclo. Nenhuma mentira mais. Nada a esconder.

Viram como é sempre a mesma história: um pai, uma mãe, irmãos, disputas e repetições. Tudo simples. Sem Deus, nada fácil! Eu também vim à sua presença como se vai à presença de Deus.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A dois meses do encerramento, bispos fazem balanço do Ano da Fé

Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília
O Ano da Fé, proclamado pelo Papa Emérito Bento XVI, termina no dia 24 de novembro. Desde outubro passado, fiéis e toda a Igreja têm tido a oportunidade de refletir mais sobre a fé católica, atendendo à proposta da iniciativa.

O presidente da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé da CNBB, Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília, disse que, ao longo desses 11 meses, houve um esforço geral de valorizar mais a fé, conhecendo seu conteúdo e vivendo-a mais intensamente.

Sobre as várias iniciativas no Brasil e no mundo, Dom Sérgio explica que elas se dividiram em vários níveis – local, diocesano, em movimentos – mas a proposta foi sempre estudar os conteúdos fundamentais da fé. 

“Houve uma valorização maior do próprio Catecismo da Igreja Católica. (...) Também eu creio que essa renovação missionária da Igreja aconteceu em nível local e paroquial também motivada pelo Ano da Fé”, disse.

A busca da educação na fé por parte dos jovens foi um ponto destacado pelo bispo auxiliar da arquidiocese de Belo Horizonte (MG), Dom Wilson Angotti, como uma dessas iniciativas marcantes. O prelado também é membro da Comissão para a Doutrina da Fé e contou que viu vários grupos de jovens estudando o Catecismo da Igreja Católica e a Doutrina Social da Igreja.

“Isso desperta em nós a consciência de que os jovens estão buscando, estão aprofundando e a fé tende a se tornar sempre mais consciente e mais firme. Eu acho que isso é algo que fica marcante nesse Ano”.

Aspectos pontuais

Sem deixar de considerar as ações paroquiais e diocesanas que aconteceram, Dom Sérgio destacou o congresso sobre os 20 anos do Catecismo da Igreja Católica, uma ação em nível de Conferência Episcopal. Ele também citou a publicação de um documento sobre as razões da fé no mundo de hoje. 

“É muito importante as pessoas darem as razões da fé, o porquê creem, por isso que tem que conhecer melhor. A própria Conferência Episcopal, através da Comissão para a Doutrina da Fé, publicou este texto”, exemplificou. 

Em nível mais local, Dom Wilson comentou a intensificação da catequese na região Nossa Senhora da Conceição, onde ele atua em Belo Horizonte. “Nós tivemos um empenho grande em intensificar a catequese, eu acho que é uma iniciativa justamente motivada pelo Ano da Fé e que pode ser percebida em relação ao que o Ano da Fé nos solicitava”.
Dom Wilson Angotti, Bispo auxiliar de Belo Horizonte

Provação à fé 

A busca pela confirmação na fé coloca em questão também as diversas formas de abalar a fé nos dias de hoje. Como exemplo, podem ser citados os conflitos na Síria, que causaram muitas mortes e destruição no país, inclusive de cristãos.

Dom Wilson comenta que as adversidades sempre estiveram presentes na história da Igreja, com desafios e opressões aos cristãos. “Eu acredito que a fé, também nesses ambientes de adversidades, ela se fortalece sempre mais e o testemunho dos cristãos nunca passa em vão”. 

Orientações para vivência da fé 

E para estes últimos meses de Ano da Fé, Dom Sérgio e Dom Wilson deixaram algumas orientações para que esse período seja bem vivenciado. Dom Wilson destacou três ações: conhecer, viver e transmitir a fé. 

“É um compromisso que fica para cada um de nós cristãos mesmo terminando o Ano da Fé, que nos serve apenas de uma motivação para que possamos viver esses compromissos que são parte integrante de toda a nossa vida cristã”. 

Dom Sérgio concluiu destacando que estas são ações, inclusive, presentes na estrutura do próprio Catecismo da Igreja Católica. “Nós temos que entender que o Ano da Fé continua a sua proposta de uma vivência da fé, mas da fé que é professada, da fé celebrada, portanto são esses três momentos que estrutura o próprio Catecismo da Igreja Católica: a fé que nós professamos, a fé que nós rezamos ou celebramos, a fé que nós procuramos vivenciar”.  

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Como nos aproximarmos da Palavra de Deus?

É necessário criar vínculo com a Palavra
Conta-se que o Imperador alemão Frederico II (+ 1250) quis saber qual era a primeira língua do mundo, aquele que utilizavam Adão e Eva no jardim do Éden. Como acreditava que todas as línguas são aprendidas por imitação, escolheu doze recém-nascidos para que fossem criados isoladamente, sem que ninguém lhes dirigisse uma palavra sequer. Deste modo, segundo o Imperador, se ninguém falasse com eles, não poderiam aprender a língua dos seus cuidadores, e o idioma “original” brotaria espontaneamente de seus lábios. Assim se fez. Os bebês eram cuidados, mas ninguém podia dirigir alguma palavra próximo a eles. O resultado foi que, gradativamente, os bebês foram morrendo um a um. Por quê? Porque lhes faltou a palavra.
Dar a palavra a alguém significa entrar em contato com essa pessoa, criar vínculos, fazer com que o outro participe de nossa própria interioridade.
Quando uma pessoa fica ferida por outra, costuma negar a esta sua palavra, e, embora esta não seja uma atitude cristã - pois o perdão que o Senhor pede que manifestemos nos leva a não excluir a ninguém do nosso amor -, tal gesto nos indica o peso que há no “dar a palavra”. 
Quando alguém nos pede que creiamos no que diz, costuma afirmar que “dá sua palavra”.
Essas breves considerações antropológicas nos ajudam a perceber o modo como Deus escolheu agir entre nós. Ele nos deu Sua Palavra. Cristo é a Palavra que se fez carne e habitou entre nós. Sua Palavra permite que conheçamos a intimidade da vida divina, cria vínculo com quem A recebe. Ele “deu Sua Palavra” para que nós acreditássemos que Ele é a verdade, para que participássemos de sua vida. Deus, com toda a força que implica este verbo, entregou Sua Palavra por nós até o extremo.
Vivemos num mundo no qual a palavra praticamente não tem valor. Estão em toda parte: nas “timelines” frenéticas de nossas redes sociais, nos anúncios publicitários, nos abundantes discursos dos políticos, dos “profissionais da fé”, e daqueles que procuram oferecer uma solução mágica para toda espécie de problemas. São tantas palavras que terminamos praticamente por desprezá-las, pensando: “não são mais que palavras”.
Um grande risco para nós seria permitir que esse clima de desvalorização da palavra permeasse a nossa relação com a Palavra feita carne. O acostumar-se com a Palavra de Deus, o pensar que já a conhecemos suficientemente, impediria a abertura necessária para que Ele possa comunicar-se conosco. Seríamos como aqueles bebês da lenda, que morreram, neste caso, não por não ouvirmos uma palavra, mas por tornar-nos impermeáveis a ela.
Estamos diante de uma Palavra que, embora próxima, não pode ser costumeira. Nossa atitude diante dela deve ser a mesma de Moisés no Horeb. Tirar as sandálias dos pés, sandálias empoeiradas pela rotina, para aproximarmo-nos com a expectativa de receber a eterna novidade de Deus.
 
 
Padre Demétrio Gomes

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A Bíblia e a primavera

Deus se revela ao homem
O mês de setembro chega trazendo a primavera ao nosso hemisfério e, junto com a beleza do tempo, o tema da Sagrada Escritura. O fato de celebrarmos, no dia 30 de setembro, o dia do patrono dos estudos bíblicos, São Jerônimo, fez com que pudéssemos aprofundar esse tema durante este período. Setembro é o mês da Bíblia, sendo que, no último domingo, comemora-se o Dia Nacional da Bíblia.
A leitura orante da Bíblia ou a lectio divina aos poucos vai entrando na realidade de nosso povo, que passa a colocar a Palavra de Deus como início da reflexão que vai iluminar a realidade das pessoas. São passos que, pouco a pouco, os grupos e comunidades começam a dar, sempre em torno da Sagrada Escritura. Ela nos traz a revelação de Deus para a nossa salvação.
Na Sua misericórdia e sabedoria, quis Deus revelar-se a si mesmo a nós na pessoa de Cristo e pela unção do Espírito Santo para que tivéssemos acesso a Ele e participássemos de Sua glória.
Deus se revela ao homem e o convida a partir para uma terra desconhecida que lhe seria mostrada. Nessa caminhada, o Senhor vai se mostrando, revelando-se aos que creem e, quando é chegado o tempo, a revelação se completa em Cristo, a Palavra de Deus: "No principio era a Palavra e a Palavra estava em Deus, e a Palavra era Deus... E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós” (Jo 1,1.14).
Por Cristo, somos glorificados! E todos nós que recebemos a Palavra e nela acreditamos, tornamo-nos filhos de Deus. Esse caminho Deus faz conosco. Respeita o nosso crescimento intelectual e volitivo, seja na nossa capacidade pessoal, seja na evolução cultural do grupamento humano, de tal forma que podemos sentir em nós mesmos a caminhada do povo de Deus.
A Bíblia é o relato da manifestação do amor de Deus que, gradativamente, nos leva por Cristo, em Cristo e com Cristo à intimidade da vida divina e, como consequência, a uma nova vida, fermento de um mundo novo.
Dom Orani João Tempesta, O. Cist

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Entenda porque a Bíblia deve ter lugar de destaque na família

"A Bíblia deveria ter em cada família um lugar de destaque". A afirmação é do presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, Dom João Carlos Petrini.

No mês dedicado à Sagrada Escritura, o bispo explica que a Palavra de Deus não deve ficar em uma gaveta, mas sim em um lugar de fácil acesso. "De tal maneira que se crie pouco a pouco o hábito de chegar e ler meia página e depois, ao invés de comentar a fofoca dos artistas é muito melhor ler a Palavra de Deus".

Dom Petrini aponta dois caminhos para que a família inclua a Bíblia no seu dia a dia: o 1º é que se reúna por alguns minutos para ler 2, 3 ou 4 versículos. "Não precisa fazer grandes reuniões", destaca. Ele orienta especialmente a leitura de textos do Novo Testamento, por ter uma linguagem mais direta. O 2º é que se leia trechos do Evangelho que sejam significativos na vida do casal, como por exemplo recordar o Evangelho lido no dia do casamento. 

Para o bispo, os frutos desta prática são inúmeros. Ele chama atenção para a violência que tem crescido não só nas grandes cidades, mas também dentro de casa e afirma que a pessoa que reza tem um coração mais manso. 

"A pessoa que está ligada a Deus tem uma atitude mais amorosa, a pessoa que se alimenta da Palavra de Deus é claro que tem uma maneira mais atenta, tem mais disponibilidade para acolher, perdoar."

Para que a Palavra de Deus chegue a se tornar um ponto de referência para as famílias, Dom Petrini explica que ela deve ser ouvida, lida, mastigada e ruminada. “Aquela Palavra de Deus, suponhamos, lida durante o café, em dois minutos antes de sair de casa, ainda nos acompanha, é aí é que se torna uma luz que ilumina a inteligência, sabedoria que orienta o coração para posturas mais equilibradas no trato com as outras pessoas”. 

O bispo reconhece que os problemas enfrentados pelas famílias são grandes e que ninguém fica isento, mas defende que a sabedoria do Evangelho faz diferença.

Educação dos filhos na fé
“A educação dos filhos acontece de duas maneiras e jamais deve ser delegada, terceirizada”, defende o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e Família da CNBB. “A educação dos filhos, especialmente no que é mais importante, por exemplo, a fé em Jesus Cristo, é tarefa especifica dos pais”, complementa.      

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Dia da Pátria e de oração pela Paz na Síria e no Oriente

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

Sexta feira, dia 7, os católicos celebraremos o Dia da Independência com um coração cheio de orgulho e gratidão por pertencermos a esta terra abençoada da Santa Cruz. Data que nos chama a reflexão e ao comprometimento cívico e patriótico, pois não a honraríamos corretamente com sentimentos ufanistas ou de adesão a um nacionalismo agressivo, mas um verdadeiro amor a Pátria, exige a luta e o empenho pela conquista de uma cidadania plena para todos/as, a erradicação da miséria e a eliminação da corrupção na política e na sociedade inteira.

Nos unimos ao grito dos excluídos que trás como lema: "Juventude que ousa lutar, construtora de um projeto popular"; fazendo ecoar as manifestações que iniciaram em junho de 2013, que anseiam uma renovação estrutural no pais e na sociedade. A independência não é apenas uma data, mas um processo e uma caminhada, que nos leva a forjar e gerar entre nós, uma soberania nacional, cada vez mais forte, respeitada e integral, testemunha e sinal de uma brasilianidade autêntica e fecunda, voltada para ser entre as nações exemplo de paz, inclusão e justiça.

Mas junto a prece pela Pátria, queremos atender o apelo do Papa Francisco de na Véspera da Natividade de Maria Santíssima Rainha da Paz, fazer jejum e rezar pela paz na Síria, no Oriente Médio e no mundo inteiro. A paz depende da boa vontade de todos os membros da humanidade, de tentar resolver os conflitos pela via da negociação e do diálogo, procurando soluções justas que beneficiem a todos os envolvidos, pois a via da guerra e da violência só multiplicará a destruição e o ódio."

Peçamos a Maria nos ajude a responder à violência, ao conflito e à guerra com a força do diálogo, da reconciliação e do amor. Ela é a mãe, que Ela nos ajude a encontrar a paz, todos nós somos seus filhos! Ajudai-nos, Maria, a superar este momento difícil e a nos comprometer a construir, todos os dias e em todo lugar, uma autêntica cultura do encontro e da paz. Maria, Rainha da paz, rogai por nós!" Deus seja louvado!

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Setembro, mês da Bíblia

Ler e meditar a Bíblia

Isso faz a diferença
É preciso ter discernimento para ler, compreender e viver a mensagem bíblica. Não se deve levar tudo ao pé da letra. O exemplo de Jesus vai muito além do que aparece na palavra escrita, pois seria muito estranho seguir a ordem dada por Jesus: "Se tua mão te escandaliza, corta-a".
Os católicos estão lendo cada vez mais a Palavra de Deus e isso tem feito a diferença. No dia a dia, somos bombardeados com mensagens bem pouco edificantes, as quais, geralmente, incentivam a violência, o egoísmo e a exploração do outro. Entretanto, podemos encontrar na Bíblia mensagens repletas de sabedoria, capazes de nos orientar, estimular sentimentos e ações que constroem uma vida de qualidade. A leitura da Bíblia traz luz e direção ao projeto de vida de cada um, introduzindo lentamente na mentalidade do homem que a lê um modo de pensar diferente da maioria das pessoas. Ele recebe mensagens novas, guiadas pela sabedoria e pela força de Deus.
Com o passar dos anos, a teologia cristã foi se afastando da Bíblia, mas, a partir do Concílio Vaticano II, no documento Dei Verbum, a Bíblia foi reconduzida ao centro da vida da Igreja. O Documento de Aparecida também apresenta uma retomada dos textos bíblicos e está repleto deles. É o novo rosto da Igreja que quer ser cada vez mais parecida com as comunidades apresentadas nos primeiros capítulos dos Atos dos Apóstolos e com aquela sonhada por João Paulo II no documento Novo Millennio Ineunte como expressão da unidade dos cristãos em Cristo.
A lei do mundo vai na contramão da lei de todo discípulo de Jesus. A todo momento, somos incentivados a aproveitar a vida de forma egoísta, vivendo o hoje sem pensar no próximo, amando apenas a nós mesmos e esquecendo-se de amar a Deus. Ouvimos todos os dias essas mensagens e, se não ouvimos ou lemos algo diferente, a lei do mundo acaba prevalecendo e nos perdemos facilmente.
Se amar Deus e o próximo é toda a lei do discípulo de Jesus, a Bíblia lembra que este é o caminho para ser um cristão de elite, bom, santo, feliz.
O que você acha que prevalecerá em sua vida: a lei de Deus ou a lei do mundo? Com certeza, aquele que assiste a qualquer programa e lê qualquer revista ficará com a lei do mundo e será mais um entre tantos anônimos.
Padre Mário Bonatti
Sacerdote Salesiano de Dom Bosco