segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Entenda o significado da logomarca do Ano da Fé

O Ano da Fé é um tempo próprio para redescobrir, aprofundar e viver a fé católica. Esse período foi aberto oficialmente pelo Papa Bento XVI no dia 11 deste mês com uma Santa Missa realizada no Vaticano. 

Até o dia 24 de novembro de 2013, quando será encerrado o Ano da Fé, o Santo Padre propõe várias atitudes para os católicos crescerem nessa virtude, entre elas, estudar o Catecismo da Igreja Católica (CIC), melhorar o testemunho cristão e crescer em obras de caridade.

Uma logomarca vai acompanhar toda a trajetória do Ano da Fé, carregada de um significado próprio. Entenda cada parte deste logo:


No campo quadrado e com borda, encontra-se simbolicamente representada a nau, imagem da Igreja, que navega sobre águas sutilmente esboçadas. 

O mastro principal é uma cruz que iça as velas. Estas por sua vez, realizam o Trigama de Cristo (IHS). E, ao fundo das velas, aparece o sol que associado ao Trigama remete à Eucaristia.

domingo, 28 de outubro de 2012

O homem precisa recobrar a visão da fé, diz o Papa


O Papa Bento XVI presidiu, neste domingo, na Basílica de São Pedro, a Eucaristia que encerrou o Sínodo dos Bispos para a Nova Evangelização. Em sua homília, construída a partir da narrativa da cura do cego Bartimeu no Evangelho de São Marcos (Mc 10, 46-52), o Papa enfatizou a figura do cego como sendo a representação do homem moderno que, por vezes, perdeu a visão da fé e precisa reencontrá-la na pessoa de Jesus.

Bartimeu não era cego de nascença, mas perdeu a vista, diz o Papa. Ele simboliza o homem que perdeu a luz, tem consciência disso, mas ainda conserva em si a esperança de que alguém possa lhe trazer novamente a possibilidade de ver. E este alguém seria Jesus Cristo, luz do mundo e que tem o poder de restituir no homem a capacidade de ver.

Para o Papa, o primeiro passo é reconhecer-se cego. Ou seja, reconhecer-se necessitado de Deus, da sua cura, da sua luz. Do contrário, o homem permanece cego e miserável contentando-se com as pobres esmolas que o mundo paganizado lhe oferece. 

Citando Santo Agostinho, o Papa observa que há riquezas invisíveis que o homem pode perder durante a vida. Os homens “perderam a orientação segura e firme da vida e tornaram-se, muitas vezes inconscientemente, mendigos do sentido da existência”, diz Bento XVI.

Esse homem que, segundo o Papa, tornou-se “mendigo do sentido da existência”, é o mais necessitado da Nova Evangelização que “pode voltar a abrir os seus olhos e ensinar-lhes a estrada.”

Ao falar da Nova Evangelização, Bento XVI, sublinhou três linhas pastorais que emergiram do Sínodo. São elas: Sacramentos da iniciação cristã; a missão ad gentes e o terceiro aspecto ligado às pessoas batizadas que, porém, não vivem as exigências do Batismo.

“A Igreja procura lançar mão de novos métodos, valendo-se também de novas linguagens, apropriadas às diversas culturas do mundo, para implementar um diálogo de simpatia e amizade que se fundamenta em Deus que é Amor”, salientou o Papa, a respeito da necessidade de se viver uma evangelização que percorra caminhos renovados. 

Bento XVI encerrou a homilia referindo-se ao cego Bartimeu que fez a experiência do encontro com Jesus Cristo e tornou-se discípulo do Mestre. Assim, terminou o Papa, “são os novos evangelizadores: pessoas que fizeram a experiência de ser curadas por Deus, através de Jesus Cristo. Eles têm como característica a alegria do coração, que diz com o Salmista: O Senhor fez por nós grandes coisas; por isso, exultamos de alegria. (Sal 126/125, 3).”      

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Bispos aprovam mensagem final do Sínodo


Dom Sérgio explicou que a mensagem têm especial importância para o Sínodo e para a Igreja, pois costuma ser referência até a publicação da Exortação Apostólica, que será elaborada pelo próprio Papa. Segundo o arcebispo, a mensagem quer ser uma palavra que os padres sinodais dirigem à Igreja, sem ter a pretensão de ser um resumo do Sínodo. Este resumo estará nas chamadas proposições, que estão sendo elaboradas e, em breve, serão aprovadas.

Os bispos reunidos em Roma aprovaram nesta sexta-feira, 26, a Mensagem do Sínodo dos Bispos para o Povo de Deus. O texto foi apresentado ao público na Sala de Imprensa da Santa Sé nesta manhã. Ao todo, são onze páginas de reflexões apresentadas em língua italiana. 

Participaram da coletiva o Presidente da Comissão para a Mensagem, Cardeal Giuseppe Betori, o Secretário Especial, Dom Pierre Marie Carré, o Diretor da Sala de Imprensa, padre Federico Lombardi, e mais dois membros da Comissão. 

No texto, divido em 14 pontos, os padres sinodais afirmam que conduzir os homens e as mulheres do nosso tempo a Jesus é uma urgência que diz respeito a todas as regiões do mundo, de antiga e recente evangelização. 

Este caminho começa a partir do encontro pessoal com Jesus Cristo e com a escuta das Escrituras. “Para evangelizar o mundo, a Igreja deve, antes de tudo, colocar-se à escuta da Palavra”, escrevem os Padres sinodais. 

Nova evangelização

Olhando de maneira mais concreta ao contexto da nova evangelização, o Sínodo recorda a necessidade de reavivar a fé, que corre o risco de apagar-se nos atuais contextos culturais, também contra o enfraquecimento da fé em muitos batizados. O encontro com o Senhor, que revela Deus como amor, só acontece na Igreja como forma de comunidade acolhedora e experiência de comunhão; a partir daqui, então, os cristãos passam a ser testemunhas em outros lugares.

Contudo, a Igreja afirma que, para evangelizar, é necessário, antes de tudo, ser evangelizado e lançar um chamado – começando por si mesma – à conversão, porque a debilidade dos discípulos de Jesus pesam sobre a credibilidade da missão. 

A mensagem também cita que a nova evangelização acolhe favoravelmente a cooperação com outras Igrejas e comunidades eclesiais, também elas movidas pelo mesmo espírito de anúncio do Evangelho. Presta-se particular atenção aos jovens, em uma perspectiva de escuta e de diálogo para recuperar, e não mortificar, seu entusiasmo. 

Juventude
Os jovens também são destinatários da Mensagem do Sínodo, definidos “presente e futuro da humanidade e da Igreja”. A nova evangelização encontra nos jovens um campo difícil, mas promissor, como demonstram as Jornadas Mundiais da Juventude.

Família

Os Bispos apontam como lugar natural da primeira evangelização a família, que desempenha um papel fundamental para a transmissão da fé. 

Diante das crises pelas quais passa essa célula fundamental da sociedade, com inúmeros laços matrimoniais que se desfazem, os Padres Sinodais se dirigem diretamente às famílias de todo o mundo, para dizer que o amor do Senhor não abandona ninguém, que também a Igreja as ama e é casa acolhedora para todos. 

A mensagem cita também a vida consagrada, testemunho do sentido ultra-terreno da existencia humana, e as paróquias como centros de evangelização.

Também  recorda a importância da formação permanente para os sacerdotes e os religiosos e convida os leigos (movimentos e novas realidades eclesiais) a evangelizar permanecendo em comunhão com a Igreja

Diálogo inter-religioso

Os horizontes da nova evangelização são vastos tanto quanto o mundo, afirma o Sínodo, portanto é fundamental o diálogo em vários setores: com a cultura, a educação, as comunicações sociais, a ciência e a economia. Fundamental é o diálogo inter-religioso que contribua para a paz, rejeita o fundamentalismo e denuncia a violência contra os fiéis, grave violação dos Direitos Humanos.

Igreja em cada região do mundo

Na última parte, a Mensagem se dirige à Igreja em cada região do mundo. Com relação à América Latina, os padres sinodais se dirigem com sentimento de gratidão. 

“Impressiona de modo especial como no decorrer dos séculos tenha se desenvolvido formas de religiosidade popular, de serviço da caridade e de diálogo com as culturas. Agora, diante de muitos desafios do presente, em primeiro lugar a pobreza e a violência, a Igreja na América Latina e no Caribe é exortada a viver num estado permanente de missão, anunciando o Evangelho com esperança e alegria, formando comunidades de verdadeiros discípulos missionários de Jesus Cristo, mostrando no empenho de seus filhos como o Evangelho pode ser fonte de uma nova sociedade justa e fraterna. Também o pluralismo religioso interroga as Igrejas da região e exige um renovado anúncio do Evangelho.”

Às Igrejas no Oriente, o Sínodo faz votos de que possa praticar a fé em condições de paz e de liberdade religiosa.

À Igreja na África, pede que desenvolva a evangelização no encontro com as antigas e novas culturas, pedindo aos governos que acabem com conflitos e violências.

Os cristãos na América do Norte, que vivem numa cultura com muitas expressões distantes do Evangelho, devem priorizar a conversão e estarem abertos ao acolhimento de imigrantes e refugiados.

Já a Igreja na Ásia, mesmo constituindo uma minoria, muitas vezes às margens da sociedade e perseguida, é encorajada e exortada à firmeza da fé. 

A Europa, marcada por uma secularização agressiva, é chamada a enfrentar dificuldades no presente e, diante delas, os fieis não devem se abater, mas enfrentá-las como um desafio. 

À Oceania, por fim, se pede que continue pregando o Evangelho.

A Mensagem se conclui fazendo votos de que Maria, Estrela da nova evangelização, ilumine o caminho e faça florescer o deserto.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Creio na Santa Igreja

Não cremos em coisas, cremos em pessoas
O Ano da Fé nos introduz num campo muito interior do nosso eu. Dar crédito, sobretudo no âmbito religioso, é  aninhar no centro do coração proposições impossíveis de verificar pela experiência cotidiana. (P. ex. que Jesus é o Filho de Deus). São acolhidas em plena liberdade, pois a inteligência reconhece a razoabilidade dos artigos em questão.
Nós cristãos, mesmo em temas de grande importância, podemos ter uma grande margem de opiniões, que não exigem adesões de fé. Por exemplo, nós devemos ter firme fé que Jesus ressuscitou. Mas temos um largo campo de opiniões, para explicar como se realizou tal fenômeno.
Aceitar Jesus Cristo é o ponto fulcral, que o Espírito nos concede. Por tal graça, aceitamos na paz tranqüila da alma, as verdades que a mãe Igreja propõe a seus filhos. No Credo nós não criamos uma lista de verdades, segundo o nosso desejo pessoal. Mas aceitamos, de coração, tudo aquilo que a comunidade católica professa em público. São Paulo preceitua que entre nós deve haver “um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Ef. 4,5). Não é possível livrar o coração de dúvidas. Nas verdades essenciais devemos aplicar-nos a um diligente estudo, para reduzir ao mínimo nossas vacilações interiores.
Desde os primeiros séculos do cristianismo, foram elaborados “símbolos” da fé. Estes não contém a totalidade de tudo o que devemos crer. Mas nos levam a ter um coração dócil, para ultrapassar caprichos, e deixar de afagar opiniões de pura auto-afirmação. Não caiamos na teimosia de cultivar artigos de fé inexistentes, ou de rechaçar verdades eternas. Isso poderia nos levar a cair na repreensão do salmista que diz: “Para os ímpios não há conversão” (Sl. 119,155).
Mas professemos de coração o que proclamamos no credo: “Creio na Santa Igreja Católica”. Entretanto devemos saber fazer uma distinção. No símbolo da fé não manifestamos crença em coisas. Cremos só em pessoas. E como fica então isso de crer na Igreja? É que no Credo, antes de manifestar a nossa firme caminhada com a Igreja de Cristo, nós exclamamos “creio no Espírito Santo”. É Nele que nós cremos quando dirige a Igreja Católica, quando estabelece a comunhão entre os Santos, quando nos garante participar da vida eterna.
Dom Aloísio Roque Oppermann scj
Arcebispo Emérito de Uberaba, MG 
   

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Padres sinodais elaboram mensagem final do Sínodo

O Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização, que acontece em Roma até o próximo domingo, 28, está na terceira e última semana dos trabalhos.

Nestes dias os padres sinodais elaboram o documento final do Sínodo, que será apresentado nesta sexta-feira, 26, em coletiva de imprensa no Vaticano
.

O bispo brasileiro nomeado pelo Papa Bento XVI para participar do sínodo, Dom Benedito Beni dos Santos, bispo de Lorena (SP), explicou que a mensagem conclusiva está quase pronta e, nestes dias, está recebendo os últimos retoques para ser aprovada de modo definitivo no final do Sínodo.

O Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, explicou também que, nesta terceira etapa, os padres sinodais fazem o estudo das propostas, que foram elaboradas de forma unitária, para apresentar emendas, sugerir melhorias ou acrescentar algo que seja necessário.

Dom Beni conta que a mensagem é "cheia de esperança da Igreja e voltada, sobretudo, para o futuro".

"Eu creio que essa mensagem está destinada a animar toda a Igreja, a colocar muito calor no coração de todos os cristãos, de todos os batizados, para que todos, em nível de paróquias, novas comunidades, movimentos, dioceses, arregacem as mangas e se lancem à missão, para anunciar Jesus Cristo e seu Evangelho, ao mundo de hoje", destacou.

O trabalho dos grupos prossegue nesta quarta-feira. E a votação da mensagem em plenário deve ocorrer na quinta-feira. 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Igreja celebra memória litúrgica de João Paulo II


A Igreja Católica celebra nesta segunda-feira, 22, pela segunda vez, a memória litúrgica de João Paulo II (1920-2005). O Papa polaco foi beatificado em maio de 2011 pelo seu sucessor, Papa Bento XVI, no Vaticano.

A data assinala o dia de início do pontificado de Karol Wojtyla, em 1978, pouco depois de ter sido eleito Papa.

Na habitual resenha biográfica que é apresentada no calendário dos santos e beatos, João Paulo II é lembrado pela “extraordinária solicitude apostólica, em particular para com as famílias, os jovens e os doentes, o que o levou a realizar numerosas visitas pastorais a todo o mundo”.

“Entre os muitos frutos mais significativos deixados em herança à Igreja, destaca-se o seu riquíssimo Magistério e a promulgação do Catecismo da Igreja Católica e do Código de Direito Canônico para a Igreja latina e oriental”, lê-se no documento.

Aos fiéis, é proposta ainda uma passagem da homilia de João Paulo II no início do seu pontificado, precisamente em 22 de outubro de 1978, na qual afirmou: ‘Não, não tenhais medo! Antes, procurai abrir, melhor, escancarar as portas a Cristo!’.

Karol Jozef Wojtyla, eleito Papa em 16 de outubro de 1978, nasceu em Wadowice (Polônia), em 18 de maio de 1920, e morreu no Vaticano, em 2 de abril de 2005.

Entre os seus principais documentos, estão 14 encíclicas, 15 exortações apostólicas, 11 constituições apostólicas e 45 cartas apostólicas.

O Papa polaco foi proclamado beato no dia 1º de maio do ano passado, na Praça São Pedro, no Vaticano, em uma cerimônia que contou com a participação de cerca de um milhão de pessoas, encerrando a penúltima etapa para a declaração da santidade, na Igreja Católica.

De acordo com o direito canônico, para a canonização é necessário um novo milagre atribuível à intercessão do Beato João Paulo II a partir desse dia.

Segundo o postulador da causa de canonização, padre Slawomir Oder, têm chegado a Roma testemunhos muito significativos e “pequenos milagres” que se encontram em estudo.

domingo, 21 de outubro de 2012

Bispos participam da reflexão do Sínodo por escrito


Os conteúdos considerados na reflexão do Sínodo dos Bispos além das intervenções verbais na Aula Sinodal também acolhem as contribuições que os bispos entregam, por escrito, para a Secretaria Geral. Alguns desses textos foram publicados neste domingo, 21 de outubro, pelo jornal do Vaticano.
 
Veja alguns trechos dessas contribuições, com tradução livre, do assessor de imprensa da CNBB, que está em Roma:
 
Cardeal Giuseppe Versaldi, presidente da Prefeitura dos Negócios Econômicos da Santa Sé, tratou da transparência na gestão dos bens temporais:
 
“Como Cristo ensinou, o anúncio do evangelho deve ser sempre acompanhado da credibilidade daqueles que o anuncia colocando em prática a mensagem que proclama. Isto se refere também ao modo como a Igreja usa os bens temporais necessários para a sua missão espiritual.”
 
Dom Joachim Kouraleyo Tarounga, bispo de Mondou, no Chade, falou sobre o desafio da nova evangelização onde proliferam a bruxaria, o alcoolismo e as seitas:
 
“O contexto da Igreja no Chade (África) está bem descrito pela logomarca do ano da Fé. Vários decênios de guerra e de pobreza acabaram por criar no povo um sentimento de impotência e de insegurança, um autêntico viveiro para a o sentido de perda e para a proliferação de fenômenos como a bruxaria, a adivinhação, o alcoolismo e as seitas. Mas também a presença viva de Cristo (...) É difícil anunciar Jesus Cristo à pessoas traumatizadas, que não têm mais confiança em ninguém. O nomadismo religioso, que é uma forma concreta do relativismo, o demonstra. Onde o novo evangelizador pode encontrar, portanto, a força necessária para cumprir sua missão? (...) O novo evangelizador é chamado a aceitar, com serenidade, o pluralismo como âmbito da proclamação de Cristo (...) O novo evangelizador deve crer que o evangelho anunciado produzirá o seu efeito”.
 
Dom Basílio do Nascimento, bispo de Baucau, presidente da Conferência Episcopal do Timor Leste escreveu sobre a Igreja alegre e florescente:
 
No Timor, “97% da população é católica e a Igreja Católica tem três dioceses. A Conferência episcopal existe há 6 meses. O resto da população é composto de protestantes, hinduístas, budistas, muçulmanos e alguns ‘neutros’. A Igreja do Timor é muito florescente. A população vive com simplicidade mas com grande convicção a fé em Jesus Cristo, começando pelos membros do Governo, os quais testemunham, publicamente e sem reserva, a sua fé, apesar do que diz a Constituição do País. Podemos dizer que sentimos uma grande alegria e orgulho, um santo orgulho de ser uma nação que crê em Jesus Cristo e de pertencer à Igreja Católica em plena Ásia, mesmo que não compreendemos ainda bem todos os desafios que isso implica”.
 
Dom Menghestear Tesfamariam, bispo de Asmara, Eritréia, lembrou que é preciso erradicar a atitude medíocre:
 
“Se queremos ser sinceros conosco, é preciso admitir que não somos coerentes com aquilo que professamos. E isso tem sido, e é agora,  o maior inimigo da nossa fé. É por isso que que no fina do Sermão da Montanha, no evangelho de Mateus, Jesus nos diz claramente: ‘nem todo aquele que me diz Senhor, Senhor entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus’ (Mt 7,21). Na transmissão da fé cristã com a nova evangelização, devemos fazer de tal modo que o povo aceite a Palavra de Deus e a siga fielmente. Devemos erradicar essa atitude medíocre de nós mesmos e de nossas comunidades”.
 
Dom Rosário Saro vella, bispo de Ambanja, Madagascar se referiu aos jovens:
 
“A nova evangelização necessita de evangelizadores corajosos. Poderia se dizer que a Barca de Pedro se encontra no meio de uma tempestade. Deixemos nos guiar pelo vento do Espírito Santo e não lamentemos se as ondas passam a impressão de que vamos afundar. Antes, devemos preferir esses riscos ao invés de navegar em águas estagnadas que nos dão apenas falsas seguranças.
 
Quando os jovens dialogam amam sempre estar no mesmo nível do interlocutor. Os jovens nos ensinam a humildade. Muitas vezes nos apresentamos ao mundo como mestres de uma verdade da qual pensamos ser os únicos detentores, esquecendo que, ao invés, somos débeis e cansados peregrinos em busca da verdade. No diálogo interno da Igreja, no diálogo ecumênico, no diálogo inter-religioso, no diálogo com as grandes religiões ou com pessoas de outras convicções não deveremos ter essa atitude de humildade?
 
Os jovens nos ensinam a alegria. Uma alegria que é antes de tudo, interior porque vem de Deus, mas que se exprime também externamente. Os jovens pedem de nós uma liturgia mais alegre, mais participada, mais conforme à vida deles, uma liturgia de cantos e danças. Nos pedem uma moral exigente, mas não negativa, uma moral que liberte os jovens das escravidões do egoísmo, do relativismo, do hedonismo e que encha o coração deles. Os jovens nos pedem uma fé não intelectual, mas vital. Uma fé que passe pela mente, nas chegue ao coração”.

Oração para o Dia Nacional de Valorização da Família 2012

Oração para o Dia Nacional de Valorização da Família – 2012

“Família é o patrimônio da humanidade”. (Bento XVI, 2007)

Senhor Deus, nosso Pai amoroso e misericordioso, criastes-nos à Vossa imagem e semelhança, para a plenitude da vida em comunhão. Sabemos por experiência que a família constituída por um homem e uma mulher unidos por um vínculo indissolúvel e seus filhos, fundada sobre o matrimônio, é a melhor maneira de viver o amor humano, a maternidade e a paternidade. Ela é o caminho da plena realização humana e, ao mesmo tempo, constitui o bem mais decisivo para que a sociedade cresça na verdade e na paz, porque ela corresponde ao Vosso desígnio de amor.

Senhor Deus, Verbo Encarnado na família de Nazaré, escolhestes uma família como a nossa para habitar entre nós e compartilhar em tudo a nossa condição humana, menos o pecado. Viestes até nós para ser o nosso Redentor, para salvar a nós e a nossos filhos de atitudes e decisões insensatas, de caminhos de destruição e de morte, dos dramas que acompanham cada existência humana. Vinde para reavivar em nos o amor que se doa e fortalecer os vínculos de afeto recíproco, para que juntos construamos um mundo de gratuidade amorosa e de vida fraterna. Assim veremos florescer uma sociedade justa e solidária, que valoriza e ama a família, onde seja possível experimentar a felicidade verdadeira, até o dia em que chegaremos junto de Vós, no Vosso Reino de Paz definitiva. Nossa família, que constitui o bem mais precioso na nossa vida e o maior recurso da nação brasileira, está sendo descaracterizada e desvalorizada por diversas forças sociais e políticas, querendo assemelhá-la a qualquer união que ofereça afeto e cuidados. Até os pais correm perigo de serem desapropriados de sua responsabilidade educativa.

Senhor Deus, Divino Espírito Santo, vinde fortalecer nosso ardor evangélico, para sermos discípulos missionários de Jesus, portadores do seu amor e da sua potência divina que vence a morte. Pedimos-vos que nossa família se torne cada vez mais casa de comunhão, capaz de vencer os conflitos, escola da fé e dos valores humanos e sociais, lugar onde se partilham as esperanças e as lutas e se acompanha o crescimento de cada filho. Assim, nossa família será fonte de alegria e de beleza, nascente de satisfação e de força para construir positivamente o horizonte de realização de cada pessoa e o bem de toda a sociedade.

Ajudai-nos, Senhor a valorizar o grande dom que é a família, preservando-a dos males que a ameaçam e iluminai nosso caminho para superar os conflitos entre o trabalho a família e a festa, para promover a família cidadã, que auxilia a sociedade a superar a violência e a corrupção, a encontrar caminhos da paz.

Sagrada Família de Nazaré, Jesus, Maria e José, abençoai as nossas famílias brasileiras. 

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Manisfestem a esperança num mundo em crise, pede Sínodo

Segundo os bispos, a Igreja deve focar primeiramente o exame de consciência. "Se falamos de nova evangelização talvez seja porque os cristãos perderam alguma coisa, algo que a Igreja não soube oferecer. Por outro lado, para evangelizar é preciso ser evangelizados" – destaca o Sínodo.

Outro tema importante abordado foi o diálogo ecumênico e inter-religioso. O primeiro torna crível o anúncio do Evangelho, o segundo se baseado no conhecimento profundo da Bíblia e nos testemunhos de vida, ajuda na difusão da Palavra de Deus até mesmo nos países de maioria muçulmana.

A profunda crise da família foi também debatida pelos padres sinodais. A família deve ser ajudada apoiando os pais como primeiros catequistas de seus filhos e reiterando a importância do Sacramento do Matrimônio.
Os cristãos políticos foi também outro ponto abordado pelos bispos. "Coerentes com a fé, eles devem ser guiados pela reta consciência e por valores não negociáveis. Neste contexto, foi feito o convite de relançar as obras de justiça social e caridade, segundo a Doutrina Social da Igreja, para que a opção pelos pobres torne crível o anúncio do Evangelho e crie verdadeiros oásis de encontro com Deus".

Alguns grupos menores pediram para que o Sínodo reflita mais sobre a questão dos migrantes, da globalização e secularismo, que seja esclarecido o papel dos carismas e as oportunidades que eles oferecem à Igreja. Pediram também para que os jovens sejam mais ouvidos e valorizados os professores e centros educacionais como instrumentos de evangelização.

Enfim, o Secretário-Geral do Sínodo, Dom Nikola Eterović, anunciou que foi aberto uma conta corrente no Banco do Vaticano (IOR) para que os padres sinodais depositem suas ofertas de solidariedade em favor da Síria. Essa contribuição junto com a da Santa Sé será levada a Damasco nos próximos dias pela delegação de bispos formada pelo Papa. (MJ)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Todo cristão é chamado a ser missionário

Todo batizado é missionário. O Concílio Vaticano II, que completa 50 anos em 2012, colocou esse aspecto de forma muito clara, ao afirmar no Decreto Ad Gentes que todos os fiéis, como membros de Cristo, têm por obrigação "colaborar no crescimento e na expansão do Seu corpo para o levar a atingir, quanto antes, a sua plenitude" (n 36).

Ao longo deste mês, a Igreja recorda aqueles que têm essa missão de transmitir a fé. Um apelo sempre urgente, pois, como destaca a mensagem do Papa para o Dia Mundial das Missões, "aumentou o número daqueles que ainda não conhecem Cristo".

"Não podemos ficar tranquilos, ao pensar nos milhões de irmãos e irmãs nossas, também eles redimidos pelo sangue de Cristo, que ignoram ainda o amor de Deus", foi o que disse o Beato João Paulo II na Encíclica Redemptoris missio.

Ao proclamar o Ano da Fé, Bento XVI, escreveu que Cristo "hoje, como outrora, envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra".

Em muitos lugares do mundo se celebra apenas o Dia Mundial das Missões, no 3º domingo deste mês, mas no Brasil, todo o mês é festivo, e a cada ano com uma temática própria.

"O tema desse ano é 'Brasil Missionário, partilha tua fé', e todo um material foi preparado para os fiéis, com uma novena e um DVD com entrevistas de missionários brasileiros que trabalham em outros continentes", explicou o presidente da Comissão Episcopal para a Ação Missionária da CNBB, Dom Sérgio Braschi.    

domingo, 14 de outubro de 2012

A importância da fé na família


Na sociedade em que vivemos nos deparamos com composições familiares das mais variadas formas, cujos valores nem sempre comungam com os preceitos da igreja. Diante dessa constatação, cabe a nós, cristãos, evangelizar, divulgar com palavras e ações, a importância da fé, da vivência de acordo com os ensinamentos de Jesus Cristo.
 
Todos nós temos um fardo a carregar durante a nossa breve passagem pela vida terrena. Esse fardo representa os problemas que enfrentamos no dia-a-dia, seja no trabalho, na família, na Igreja, nos negócios, nos relacionamentos pessoais, nos desafios da modernidade, nas incertezas do futuro...
 
O peso desse fardo, muitas vezes acima do suportável, leva muitas pessoas ao desespero e à descrença. No entanto, para os que buscam compreender os problemas e enfrentá-los à luz do e Evangelho e dos mandamentos de Deus, ou seja, pondo em prática a fé, as reações são diferentes e as conseqüências também.
 
Não falo aqui daquela fé desesperada que as pessoas proclamam nos momentos de dificuldades, de angustias, mas daquela fé que nasce em nosso coração quando nos conscientizamos de que tudo o que somos e temos provém de Deus. Porém, é importante observar que Deus deixa a liberdade de escolha ao ser humano, por isso, praticar a fé também depende de uma escolha livre, mas que implica num modelo diferenciado de atitudes diante das diversas circunstâncias da vida.
 
Neste contexto, devemos ressaltar a importância da evangelização na família. O filho nascido em um lar que tem a família de Cristo como modelo a seguir, que escolhe viver em comunidade, dificilmente se desviará dos caminhos de Deus e dos seus ensinamentos, ainda que exposto constantemente a todo tipo de tentações.
 
É evidente que na sociedade contemporânea a tarefa de incutir a fé no coração das crianças e dos jovens não é nada fácil. Os valores morais e religiosos são constantemente bombardeados, principalmente pelos meios de comunicação que pregam o desprendimento total de tudo o que é divino.
 
A família seguidora do Cristo é o principal alvo dos contrários aos preceitos de Deus. Eles têm a certeza de que a destruição dessa pequena célula da sociedade contribuirá fortemente para o objetivo maior, que é a destruição da própria sociedade.
 
Assim, é de suma importância que a semente da fé seja plantada no coração de cada ser humano no limiar de sua vida.
 
Temos plena convicção de que somente através da fé religiosa na família e de sua vivência em comunidade, é que os seres humanos poderão vencer as barreiras impostas pela sociedade que os impedem de alcançar a verdadeira felicidade, que é a de viver em comunhão com o Cristo Jesus.

60 Anos da CNBB

CNBB: 60 anos de amor à Igreja e ao Brasil

Nascida no Rio de Janeiro, aos 14 de outubro de 1952, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) comemora 60 anos a serviço da colegialidade episcopal, do planejamento pastoral e da evangelização em nosso país.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Como ser um católico bem formado?

Quanto mais conhecemos a Igreja, mais a amamos
O autor da Carta aos Hebreus escreveu: “Ora, quem se alimenta de leite não é capaz de compreender uma doutrina profunda, porque é ainda criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que a experiência já exercitou na distinção do bem e do mal” (Hb 5, 13-14). Sem esse “alimento sólido”, que a Igreja chama de “fidei depositum” (o depósito da fé), ninguém poderá ser verdadeiramente católico e autêntico seguidor de Jesus Cristo.
Não há dúvida de que a maior necessidade do povo católico hoje é a formação na doutrina. Por não a conhecer bem, esse mesmo povo, muitas vezes, vive sua espiritualidade, mas acaba procedendo como não católico, aceitando e vivendo, por vezes, de maneira diferente do que a Igreja ensina, especialmente na moral. E o pior de tudo é que se deixa enganar pelas seitas, igrejinhas e superstições.
Desde o começo da Igreja os Apóstolos se esmeraram na formação do povo. São Paulo, ao escrever a S. Tito e a S. Timóteo, os primeiros bispos que sagrou e colocou em Creta e Éfeso, respectivamente, recomendou todo cuidado com a “sã doutrina”. Veja algumas exortações do Apóstolo dos Gentios; a Tito ele recomenda: seja “firmemente apegado à doutrina da fé tal como foi ensinada, para poder exortar segundo a sã doutrina e rebater os que a contradizem” (Tt 1, 9). “O teu ensinamento, porém, seja conforme à sã doutrina” (Tt 2,1).
A Timóteo ele recomenda: “Torno a lembrar-te a recomendação que te dei, quando parti para a Macedônia: devias permanecer em Éfeso para impedir que certas pessoas andassem a ensinar doutrinas extravagantes, e a preocupar-se com fábulas e genealogias” (Tm 1, 3-4). E “Recomenda esta doutrina aos irmãos, e serás bom ministro de Jesus Cristo, alimentado com as palavras da fé e da sã doutrina que até agora seguiste com exatidão” (1Tm 4,6). São Paulo ensina que Deus “quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2, 4).
Sem a verdade não há salvação. E essa verdade foi confiada à Igreja: “Todavia, se eu tardar, quero que saibas como deves portar-te na casa de Deus, que é a Igreja de Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade” (1Tm 3,15). Jesus garantiu aos Apóstolos na Última Ceia que o Espírito Santo “ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16, 13) e “relembrar-vos-á tudo o que lhe ensinei” (Jo 14, 25). Portanto, se o povo não conhecer esta “verdade que salva”, ensinada pela Igreja, não poderá vivê-la. Mas importa que essa mesma verdade não seja falsificada, que seja ensinada como recomenda o Magistério da Igreja, que recebeu de Cristo a infalibilidade para ensinar as verdades da fé (cf. Catecismo da Igreja Católica § 981).
Já no primeiro século do Cristianismo os Apóstolos tiveram que combater as heresias, de modo especial o gnosticismo dualista; e isso foi feito com muita formação. São Paulo lembra a Timóteo que: “O Espírito diz expressamente que, nos tempos vindouros, alguns hão de apostatar da fé, dando ouvidos a espíritos embusteiros e a doutrinas diabólicas, de hipócritas e impostores [...]” (1Tm 4,1-2).
A Igreja, em todos os tempos, se preocupou com a formação do povo. Os grandes bispos e padres da Igreja como Santo Agostinho, Santo Ambrósio, Santo Atanásio, Santo Irineu, e tantos outros gigantes dos primeiros séculos, eram os catequistas do povo de Deus. Suas cartas, sermões e homilias deixam claro o quanto trabalharam na formação dos fiéis.
Hoje, o melhor roteiro que Deus nos oferece para uma boa formação é o Catecismo da Igreja Católica, aprovado em 1992 pelo saudoso Papa João Paulo II. Em sua apresentação, na Constituição Apostólica “Fidei Depositum”, ele declarou: “O Catecismo da Igreja Católica [...] é uma exposição da fé da Igreja e da doutrina católica, testemunhadas ou iluminadas pela Sagrada Escritura, pela Tradição apostólica e pelo Magistério da Igreja. Vejo-o como um instrumento válido e legítimo a serviço da comunhão eclesial e como uma norma segura para o ensino da fé”. E pede: “Peço, portanto, aos Pastores da Igreja e aos fiéis que acolham este Catecismo em espírito de comunhão e que o usem assiduamente ao cumprirem a sua missão de anunciar a fé e de apelar para a vida evangélica. Este Catecismo lhes é dado a fim de que sirva como texto de referência, seguro e autêntico, para o ensino da doutrina católica […]. O “Catecismo da Igreja Católica”, por fim, é oferecido a todo o homem que nos pergunte a razão da nossa esperança (cf. lPd 3,15) e queira conhecer aquilo em que a Igreja Católica crê.”
Essas palavras do Papa João Paulo II mostram a importância do Catecismo para a formação do povo católico. Sem isso, esse povo continuará sendo vítima das seitas, enganado por falsos pastores e por falsas doutrinas.
Mais do que nunca a Igreja confia hoje nos leigos, abre-lhes cada vez mais a porta para evangelizar; então, precisamos fazer isso com seriedade e responsabilidade. Ninguém pode ensinar aquilo que quer, o que “acha certo”; não, somos obrigados a ensinar o que ensina a Igreja, pois só ela recebeu de Deus o carisma da infalibilidade. Ninguém é catequista e missionário por própria conta, mas é um enviado da Igreja. Sem a fidelidade a ela, tudo pode ser perdido. Portanto, é preciso estar preparado, estudar, conhecer a Igreja, a doutrina, a sua História, o Catecismo, os documentos importantes, a liturgia, entre outros. Quanto mais conhecemos a Igreja e todo o tesouro que ela traz em seu coração, tanto mais a amamos.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012


Bento XVI abre oficialmente o Ano da Fé


O Papa Bento XVI abriu oficialmente o Ano da Fé com uma Santa Missa realizada no Vaticano na manhã desta quinta-feira, 11. A proposta do Pontífice é que este seja um tempo de reflexão para que fiéis católicos de todo o mundo possam redescobrir os valores da sua fé.

No dia em que também se comemoram os 50 anos do início do Concílio Vaticano II, o Papa presidiu a celebração eucarística com a participação de 400 concelebrantes. Entre eles, estavam alguns brasileiros, como o cardeal arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis, que também é presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. 

Homilia do Papa Bento XVI na abertura do Ano da Fé - 11/10/2012

Hoje, com grande alegria, 50 anos depois da abertura do Concílio Vaticano II, damos início ao Ano da fé

O Ano da fé que estamos inaugurando hoje está ligado coerentemente com todo o caminho da Igreja ao longo dos últimos 50 anos: desde o Concílio, passando pelo Magistério do Servo de Deus Paulo VI, que proclamou um "Ano da Fé", em 1967, até chegar ao o Grande Jubileu do ano 2000, com o qual o Bem-Aventurado João Paulo II propôs novamente a toda a humanidade Jesus Cristo como único Salvador, ontem, hoje e sempre. Entre estes dois Pontífices, Paulo VI e João Paulo II, houve uma profunda e total convergência na visão de Cristo como o centro do cosmos e da história, e no ardente desejo apostólico de anunciá-lo ao mundo. Jesus é o centro da fé cristã. O cristão crê em Deus através de Jesus Cristo, que nos revelou a face de Deus. Ele é o cumprimento das Escrituras e seu intérprete definitivo. Jesus Cristo não é apenas o objeto de fé, mas, como diz a Carta aos Hebreus, é aquele “que em nós começa e completa a obra da fé” (Hb 12,2).

O Concílio Vaticano II não quis colocar a fé como tema de um documento específico. E, no entanto, o Concílio esteve inteiramente animado pela consciência e pelo desejo de ter que, por assim dizer, imergir mais uma vez no mistério cristão, para poder propô-lo novamente e eficazmente para o homem contemporâneo. Neste sentido, o Servo de Deus Paulo VI, dois anos depois da conclusão do Concílio, se expressava usando estas palavras: “Se o Concílio não trata expressamente da fé, fala da fé a cada página, reconhece o seu caráter vital e sobrenatural, pressupõe-na íntegra e forte, e estrutura as suas doutrinas tendo a fé por alicerce. Bastaria recordar [algumas] afirmações do Concílio (...) para dar-se conta da importância fundamental que o Concílio, em consonância com a tradição doutrinal da Igreja, atribui à fé, a verdadeira fé, que tem a Cristo por fonte e o Magistério da Igreja como canal” (Catequese na Audiência Geral de 8 de março de 1967).

Se a Igreja hoje propõe um novo Ano da Fé e a nova evangelização, não é para prestar honras a uma efeméride, mas porque é necessário, ainda mais do que há 50 anos! E a resposta que se deve dar a esta necessidade é a mesma desejada pelos Papas e Padres conciliares e que está contida nos seus documentos. Até mesmo a iniciativa de criar um Concílio Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização – ao qual agradeço o empenho especial para o Ano da Fé – enquadra-se nessa perspectiva. Nos últimos decênios tem-se visto o avanço de uma "desertificação" espiritual. Qual fosse o valor de uma vida, de um mundo sem Deus, no tempo do Concílio já se podia perceber a partir de algumas páginas trágicas da história, mas agora, infelizmente, o vemos ao nosso redor todos os dias. É o vazio que se espalhou. No entanto, é precisamente a partir da experiência deste deserto, deste vazio, que podemos redescobrir a alegria de crer, a sua importância vital para nós homens e mulheres. No deserto é possível redescobrir o valor daquilo que é essencial para a vida; assim sendo, no mundo de hoje, há inúmeros sinais da sede de Deus, do sentido último da vida, ainda que muitas vezes expressos implícita ou negativamente. E no deserto existe, sobretudo, necessidade de pessoas de fé que, com suas próprias vidas, indiquem o caminho para a Terra Prometida, mantendo assim viva a esperança. A fé vivida abre o coração à Graça de Deus que liberta do pessimismo. Hoje, mais do que nunca, evangelizar significa testemunhar uma vida nova, transformada por Deus, indicando assim o caminho. A primeira Leitura falava da sabedoria do viajante (cf. Eclo 34,9-13): a viagem é uma metáfora da vida, e o viajante sábio é aquele que aprendeu a arte de viver e pode compartilhá-la com os irmãos - como acontece com os peregrinos no Caminho de Santiago, ou em outros caminhos de peregrinação que, não por acaso, estão novamente em voga nestes últimos anos. Por que tantas pessoas hoje sentem a necessidade de fazer esses caminhos? Não seria porque neles encontraram, ou pelo menos intuíram o significado do nosso estar no mundo? Eis aqui o modo como podemos representar este ano da Fé: uma peregrinação nos desertos do mundo contemporâneo, em que se deve levar apenas o que é essencial: nem cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas - como o Senhor exorta aos Apóstolos ao enviá-los em missão (cf. Lc 9,3), mas sim o Evangelho e a fé da Igreja, dos quais os documentos do Concílio Vaticano II são uma expressão luminosa, assim como é o Catecismo da Igreja Católica, publicado há 20 anos. 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Papa abre oficialmente Sínodo dos Bispos sobre Nova Evangelização


Na manhã deste domingo, 7, o Papa Bento XVI presidiu, no Sagrado da Basílica de São Pedro, a Missa que inaugurou oficialmente a XIII Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos com o tema: Nova Evangelização. Antes da celebração, presenteou a Igreja com dois novos doutores: São João D'Avila e Santa Hildegarda de Bingen.
 
Entre os presentes, cardeais e bispos de todo o mundo que estão em Roma para participar do Sínodo.
 
Durante a homilia, o Papa Bento XVI, diante da Liturgia do Dia, fez uma reflexão sobre o matrimônio e sobre Jesus.