sábado, 29 de junho de 2013

Aniversário de 4 anos de Ordenação Sacerdotal do Pe. Fábio


"Seduziste-me, Senhor, e eu deixei-me seduzir" (Jer 20,7).



Amigo, Padre Fábio
Hoje louvamos e agradecemos a Deus pelo dom de sua vida, de quem a providência divina se serviu a fim de nos permitir estar aqui para agradecer mais um ano de sua ordenação sacerdotal.
Na vida há acontecimentos e datas que não podemos esquecer e no que diz respeito à sua vocação, muito mais se torna importante fazer memória, principalmente como atitudes de ação de graças pelo dom recebido.


O Grupo Ágape é abençoado pela sua presença e pelo seu trabalho, sua sabedoria, e também pelos seus conselhos que sempre nos direcionaram para um caminho santo.

Padre Fábio, festejar mais um ano de sacerdócio é ter a chance de fazer novos amigos, ensinar novas lições dando cada vez mais amparo aos que buscam em si. É também amadurecer mais e olhar a sua missão de lançar as redes como uma dádiva de Deus.

Hoje compreendemos um pouco a vocação para o sacerdócio como sendo um dom divino, para o qual é preciso abrir mão de muitas coisas essenciais na vida, como a família, o conforto, os amigos... Um verdadeiro despojar-se de si mesmo para que no fim, se obtenha o tudo ofertado pelas mãos de Deus. É ser grato, estar disposto, é ser forte, destemido mesmo que o coração esteja partido pela dor, é ser rima, é ser verso, é ser Deus no universo.
Dia 28 de Junho, é um dia abençoado para todos nós e principalmente para Deus, pois ele recebeu há 4 anos o seu SIM. Por tudo isso Padre Fábio, agradecemos pelo seu contínuo zelo, dedicação e principalmente por ser este fiel amigo e pai espiritual que conduz amorosamente os nossos passos em direção a Deus.
Pedimos a bênção de Deus e que nossa Mãe Maria Santíssima o cubra e proteja com seu Manto Celeste, e estando a frente de todas as dificuldades e obstáculos que se puserem no seu caminho.

Parabéns Padre Fábio! O amamos muito!
Estes são os sinceros votos de todos que fazem o Grupo Ágape.







100 Palavras (Homenagens a nossa grande amigo Pe. Fábio)

 

Dia do Papa


Neste final de semana, junto com a festa dos apóstolos Pedro e Paulo, a Igreja comemora o Dia do Papa. É o dia para recordar os feitos dos dois maiores pilares da Igreja primitiva que foram São Pedro e São Paulo. “Pedro, o primeiro a proclamar a fé fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel. Paulo, mestre e doutor das nações, anunciou-lhes o Evangelho da Salvação. Por diferentes meios, os dois congregaram a única família de Cristo e, unidos pela coroa do martírio, recebem hoje, por toda a terra, igual veneração” (Prefácio da Missa).

Antes mesmo da morte e ressurreição de Jesus Cristo, conforme nos atestam as Sagradas Escrituras, Pedro se tornou referência para os outros apóstolos e seguidores do filho de José e Maria. Ao professar que Jesus é “o Messias, o Filho do Deus vivo”, ele foi consagrado como a pedra sobre a qual iria se edificar a Igreja (Mt 16,18). Depois da ascensão de Jesus ao céu, aprofundou a sua influência sobre o grupo dos cristãos, chegando a ser o primeiro bispo de Roma. E ao ser martirizado, a referência de unidade do cristianismo ocidental continuou a ser o bispo de Roma, na pessoa de Lino e dos que o sucederam até a chegada de Dom Mário Bergoglio, o atual Papa Francisco.

O Papa não pode ser adorado e nem precisa ser venerado. Ele precisa, sim, ser respeitado e escutado em suas alocuções e em seus ensinamentos. Como os demais seres humanos, ele também tem suas fraquezas e seus pecados. Acreditamos, porém, que ele é iluminado pelo Espírito Santo para conduzir a Igreja pelos caminhos da luz e da verdade, para que “o poder do inferno nunca consiga vencê-la”.

O Papa Francisco possivelmente não é o maior teólogo da atualidade. Também não foi o mais indicado candidato a Papa pelos analistas no conclave que o elegeu no dia 13 de março. É, porém, assim o entendo eu, o perfil perfeito de Papa que o mundo está precisando. Um Papa sensível aos problemas das pessoas e comprometido com a construção de uma sociedade justa e solidária. Um Papa que assume abertamente a defesa da vida desde a concepção até a morte natural, mesmo que isto lhe custe perseguições.

Com palavras simples, diante da sua iminente chegada ao Brasil na Jornada Mundial da Juventude, aproveitou a homilia do Domingo de Ramos para alertar os jovens a dizerem ao mundo que “é bom seguir Jesus; é bom andar com Jesus; é boa a mensagem de Jesus; é bom sair de nós mesmos para levar Jesus às periferias do mundo e da existência”.

Oremos pelo nosso Papa Francisco e permaneçamos unidos a Ele. Assim teremos a garantia de sermos uma Igreja unida e em sintonia com o ensinamento dos Apóstolos Pedro e Paulo.

Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul

São Pedro e São Paulo


Toda instituição e toda construção deve ter, como fundamento, uma base sólida, dando garantia e estabilidade para sua existência. São Pedro e São Paulo são pilares da Igreja, ambos martirizados em Roma e ali sepultados, um na Basílica de São Pedro, e outro, na de São Paulo fora dos muros.

Pedro representa a instituição Igreja, conforme as palavras de Jesus: “... eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja...” (Mt 16, 18). Paulo representa a missão da Igreja. É só olhar o livro dos Atos dos Apóstolos e encontrar suas viagens missionárias, indo ao encontro das comunidades cristãs. Celebrar a festa desses dois mártires significa revitalizar a Igreja na sua identidade e missão de ser um grande instrumento de construção do Reino de Deus. Sua força não está na aparência, no comodismo e no carreirismo, mas no martírio, no sacrificar-se pelo outro, no assumir a cruz, construindo vidas com dignidade.

O momento é de redescoberta da vocação missionária da Igreja. No mundo do desespero, da insegurança e da violência, ela deve ser sinal de esperança e de vida para o mundo. Sua marca verdadeira tem que ser o testemunho, o engajamento de seus membros, seguindo o exemplo de Pedro e Paulo na doação de vida. Ser Igreja é fazer uma opção de vida e ter um encontro com Aquele que é o autor da vida, Jesus Cristo. É construir esta realidade também no encontro com as pessoas, no exercício da cidadania e na vivência cristã. A Igreja deve ser instrumento desta ação, sendo canal de vida, de fraternidade, de vivência familiar e comunitária.

Paulo diz que combateu o bom combate, realizou sua tarefa numa entrega total aos objetivos da missão, completou a corrida e guardou a fé. Ele fez com que a boa nova do Senhor fosse anunciada com integridade e chegasse aos mais distantes do mundo conhecido de seu tempo. Anúncio que continua hoje na pessoa de quem se coloca ao serviço do Reino de Deus.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Reconhecido segundo milagre por intercessão de João Paulo II


A comissão teológica da Congregação para a Causa dos Santos aprovou o segundo milagre atribuído à intercessão de João Paulo II.

O reconhecimento abre caminho para a canonização do Papa polonês, mas antes deverá ser aprovada também por uma comissão de cardeais e bispos e autorizada por decreto pelo Papa Francisco. 

A notícia da aprovação do segundo milagre já provocou reações em Cracóvia, onde o arcebispo Stanislaw Dziwisz, ex-secretário de João Paulo II, afirmou que "Papa Francisco não colocará à prova a paciência dos poloneses". 

"Existe muita esperança de que a canonização ocorra no domingo 20 de outubro", disse ele, recordando que é a data em que se celebra o 35º aniversário da eleição de Wojtyla. O arcebispo Dziwisz foi recebido pelo Papa Francisco no Vaticano no último sábado.

O cardeal Karol Wojtyla foi eleito Papa em 16 de outubro de 1978. No dia 22, celebrou a missa de início de pontificado.

Em 1º de maio de 2011, Bento XVI proclamou-o Beato, após a comprovação da cura - inexplicável para a ciência, da Irmã Marie Simon Pierre, que sofria do Mal de Parkinson.

Fonte: Rádio Vaticano

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Dom Odilo diz que manifestações tem um "caráter positivo"

O cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, comentou nesta terça-feira, 18, que as manifestações pacíficas que têm ocorrido em São Paulo e nas principais capitais do País tem "um caráter positivo": a de um "acordar da consciência do povo e das massas".

"No convívio democrático é importante que o povo se manifeste, que acorde da 'sonolência', digamos assim, que não delegue totalmente a sua representação a quem de fato é representante e exerce um cargo, mas que as pessoas, para além de partidos, continuem a ter a sua vontade política, a sua vontade de expressão, que agora está aparecendo de muitas maneiras, na voz dos estudantes, de quem pede mais segurança, de quem pede melhores condições de saúde e de viabilidade urbana", afirmou o cardeal.

Dom Odilo disse ainda que "espera que essas vozes que vêm das praças, das manifestações, possam ser ouvidas e compreendidas". E salientou que é "desaprovável" os atos de vandalismo e as manifestações de violência, seja por parte dos manifestantes ou dos policiais.

O arcebispo de São Paulo é membro do Conselho da Cidade e participa nesta manhã de uma reunião convocada pelo prefeito Fernando Haddad, juntamente com representantes do Movimento Passe Livre (MPL), que irão expor suas propostas e visões para o setor.

O gigante acordou!


Acompanhando os últimos dias e suas respectivas últimas notícias vi muita coisa acontecendo Brasil e mundo a fora. Jovens indo às ruas e se movimentando referente à taxas de transporte público, corrupção, gasto de dinheiro público em construção de estádios, PEC 37 e por ai vai. Acredito que ninguém esperava que existisse uma juventude assim, que luta por uma causa, acreditavam que os jovens estavam dormindo e ai meu amigo se surpreenderam!

Sim, os jovens estão acordados! Há muita coisa a se fazer e a propor a diferença! Há uma civilização do amor a construir e isto é pra ontem!

Porém fiquei pensando na o gigante acordou , isto é fantástico, não temos noção ainda da força deste gigante que pode mudar o cenário de um país, uma nação. Um gigante de jovens que podem construir uma nova sociedade marcada  pela justiça, pela paz e a dignidade da pessoa humana!

Mas você já parou pra pensar o que acontece quando se acorda?
Alguns acordam e precisam de um tempinho a mais para se localizar no tempo e espaço, tipo, antes de sair da cama é importante abrir bem os olhos se perceber no espaço antes de tomar uma direção, vai que acerta o pé em algo tipo o guarda-roupa, a porta  e aí? Hum que dor terrível.

Outras pessoas quando acordam, o humor é super lá embaixo, e o azedume é perceptível nas palavras de raiva e rancor. E tanto mal faz àqueles que com elas convivem. Atitudes bem violentas estas  não?

E ainda tem pessoas que acordam, se levantam e nem abrem os olhos, simplesmente vão andando sem direção. Nesta hora pode aparecer alguém que te conduza por um ou outro caminho.

O que tem a ver tudo isso?
Cara, não basta acordar e levantar (isso também), mas é preciso pensar, refletir e tomar uma direção. Pois se você é um dos que ao acordar não para e pensa, pode simplesmente sair sem direção e acertar o pé em coisas desconhecidas (ideologias, estratégias de manipulação e etc). Ou pode ser ainda que ao acordar tenha um ânimo de humor lá embaixo e acredita que com sua raiva e indignação pode partir para violência e nesta hora muita gente sai perdendo principalmente os inocentes. E creio ainda que ao acordar possa sair de olhos fechados para a realidade e nesta hora aparecer alguém que resolva te guiar por caminhos não tão justos e sim egoístas, que no final das contas gerará um totalitarismo ditatorial.

Sim o gigante acordou e está na hora de uma reflexão crítica e inteligente, pensar em um foco e numa mudança que urge acontecer. Está na hora de mostrarmos que temos um sonho de um mundo melhor sim! E que a injustiça social precisa ser tocada e transformada.

Mas acorde, abra bem os olhos e dê o passo! Saiba: como Cristãos temos o dever de nos posicionarmos e temos muita matéria (Doutrina Social da Igreja) para refletirmos e agirmos! Não dá para simplesmente acordar!

Tamu junto!
Adriano Goncalves

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Papa recebe primaz anglicano e fala da necessidade de harmonia entre cristãos


O Papa Francisco recebeu na manhã desta sexta-feira 14, no Vaticano, o arcebispo de Cantuária, Justin Welby, Primaz da Comunhão Anglicana.

O encontro foi realizado em três momentos: um colóquio privado entre o Pontífice e o Primaz, os discursos e a troca de presentes e uma oração na Capela Redemptoris Mater.
 
Em seu discurso, Francisco repetiu as palavras que Paulo VI pronunciou em 1966, na histórica visita do então Primaz Michael Ramsey: «Os Seus passos não chegam a uma casa estrangeira […] Temos a satisfação de abrir-lhe as portas e, com elas, o nosso coração, porque nós estamos felizes e honrados em acolhê-lo “não como estrangeiro e adventício, mas como concidadão dos santos e membros da família de Deus”.
 
A história das relações entre a Igreja da Inglaterra e a Igreja de Roma, disse o Papa, é longa e complexa, inclusive com momentos dolorosos. Todavia, as últimas décadas foram caracterizadas por um caminho de aproximação e de fraternidade, principalmente no campo do diálogo teológico. O Pontífice agradeceu o esforço que a Igreja da Inglaterra fez para compreender as razões que levaram Bento XVI a oferecer uma estrutura canônica que respondesse a pedidos de grupos anglicanos para serem admitidos na Igreja Católica.

“O encontro de hoje é a ocasião para nos recordar que o empenho pela unidade entre os cristãos não deriva de razões de ordem prática, mas da vontade de Jesus Cristo. Por isso, a oração que hoje elevamos é de fundamental importância.”

Para Francisco, o caminho rumo à unidade poderá encontrar expressão na colaboração em vários âmbitos da vida cotidiana, como a promoção dos valores cristãos, o empenho por uma maior justiça social, por um sistema econômico que esteja a serviço do homem e em benefício do bem comum. 

“Uma de nossas tarefas é dar voz ao grito dos pobres, para que não sejam abandonados às leis de uma economia que considera o homem somente enquanto consumidor.” Outra frente comum, observou, é a reconciliação e a resolução de conflitos entre as nações. A propósito, Francisco citou o apelo feito pelo Arcebispo Welby por uma solução pacífica para o conflito na Síria. Somente vivendo e trabalho juntos, disse o Pontífice, inclusive com a contribuição de outras religiões e de pessoas de boa vontade, os dons da paz e da graça produzirão frutos. E concluiu:

“Caminhemos rumo à unidade, unidos fraternalmente na caridade e tendo Jesus Cristo como ponto de referência constante. Na adoração de Jesus, encontraremos o fundamento e a razão de ser do nosso caminho. Possa o Pai misericordioso ouvir e atender as orações que juntos Lhe dirigimos.”

Tratou-se do primeiro encontro entre os dois líderes, já que o Primaz anglicano não esteve presente na missa de início de pontificado de Francisco, porque também ele deveria tomar posse como Arcebispo de Cantuária dois dias depois. 

O Papa convidou o Primaz para almoçar em sua residência, na Casa Santa Marta.


Fonte: Rádio Vaticano

sábado, 8 de junho de 2013

Missa e coroação de Nossa Senhora



Aconteceu no dia 31 de maio Missa de encerramento do mês mariano, que em nossa paróquia teve uma boa participação de todos os fiéis, além da coroação promovida pelos nossos jovens e crianças da catequese. Parabéns a todos aqueles que participaram desta grande festa em honra a Mãe de Deus e Mãe nossa.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Solenidade do Sagrado Coração de Jesus


Hoje, 07 de junho de 2013 celebramos com grande alegria, a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Com esta solenidade a Mãe Igreja, em todo o mundo, é convidada a fazer a sua jornada mundial de orações pelos sacerdotes.

O culto litúrgico ao Sagrado Coração de Jesus na sexta-feira seguinte ao Corpus Christi teve início no século XVII com São João Eudes († 1680) e Santa Margarida Alacoque († 1690), embora a devoção remonte aos séculos XIII e XIV, recebendo a primeira aprovação pontifícia um século mais tarde. Em 1856, o papa Pio IX estendeu a festa a toda a Igreja, e em 1928 Pio XI lhe deu a máxima categoria litúrgica. A reforma pós-conciliar renovou profundamente seus textos com base no formulário da missa composto por ordem de Pio XI. Sabemos, porém, que o que essa devoção nos anuncia vem da revelação: o amor de Deus anunciado a nós por Jesus Cristo Nosso Senhor, que deu sua vida por todos nós.

Para o Papa Bento XVI o culto ao Sagrado Coração de Jesus confunde-se com a história do Cristianismo. Ao compreendermos que o mistério do amor de Deus sobre nós é conhecido por meio da manifestação deste amor de forma mais profunda na Encarnação e também na Paixão e morte de Jesus na Cruz. Ensina o Papa Emérito: “Por outro lado, esse mistério do amor de Deus por nós não constitui só o conteúdo do culto e da devoção ao Coração de Jesus: é, ao mesmo tempo, o conteúdo de toda verdadeira espiritualidade e devoção cristã. Portanto, é importante sublinhar que o fundamento dessa devoção é tão antigo como o próprio cristianismo. De fato, só se pode ser cristão dirigindo o olhar à Cruz de nosso Redentor, “a quem transpassaram” (João 19, 37; cf. Zacarias 12, 10)”.

Assim, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus dá-se não só pelo mero cumprimento devocional, mas como um profundo mergulhar na vivência radical do Evangelho. Inserindo-se no coração aberto de Jesus, inseri-se na vida de Cristo e na união de vontades, e tem como fruto uma relação viva entre Deus e o homem.  Ensina o Papa emérito que: “A resposta ao mandamento do amor se faz possível só com a experiência de que este amor já nos foi dado antes por Deus (cf. encíclica «Deus caritas est», 14). O culto do amor que se faz visível no mistério da Cruz, representado em toda celebração eucarística, constitui, portanto, o fundamento para que possamos converter-nos em instrumentos nas mãos de Cristo: só assim podemos ser arautos críveis de seu amor. Esta abertura à vontade de Deus, contudo, deve renovar-se em todo momento: «O amor nunca se dá por “concluído” e completado» (cf. encíclica «Deus caritas est», 17).

Acho oportuno que neste mês de junho, em preparação para a festa do Sagrado Coração de Jesus, façamos um esforço de conhecer, ler, estudar e meditar a Carta Encíclica Haurietis Aquas, do Sumo Pontífice Papa Pio XII, sobre o culto do Sagrado Coração de Jesus.

O Papa Pio XII ensinou, com propriedade, que, também a Igreja e os sacramentos são dons do sagrado coração de Jesus. Diz o Papa: "Não se pode, pois, duvidar de que, participando intimamente da vida do Verbo encarnado, e pelo mesmo motivo sendo, não menos do que os demais membros da sua natureza humana, como que instrumento conjunto da Divindade na realização das obras da graça e da onipotência divina,(28), o Sagrado Coração de Jesus é também símbolo legítimo daquela imensa caridade que moveu o nosso Salvador a celebrar, com o derramamento do seu sangue, o seu místico matrimônio com a Igreja: "Sofreu a paixão por amor à Igreja que Ele devia unir a si como esposa".(29) Portanto, do coração ferido do Redentor nasceu a Igreja, verdadeira administradora do sangue da redenção, e do mesmo coração flui abundantemente a graça dos sacramentos, na qual os filhos da Igreja bebem a vida sobrenatural, como lemos na sagrada liturgia: "Do coração aberto nasce a Igreja desposada com Cristo... Tu, que do coração fazes manar a graça".(30) A respeito desse símbolo, que nem mesmo dos antigos Padres, escritores e eclesiásticos foi desconhecido, o Doutor comum, fazendo-se eco deles, assim escreve: "Do lado de Cristo brotou água para lavar e sangue para redimir. Por isso, o sangue é próprio do sacramento da Eucaristia; a água, do sacramento do Batismo, o qual, entretanto, tem força para lavar em virtude do sangue de Cristo".(31) O que aqui se afirma do lado de Cristo, ferido e aberto pelo soldado, cumpre aplicá-lo ao seu coração, ao qual, sem dúvida, chegou a lançada desfechada pelo soldado, precisamente para que constasse de maneira certa a morte de Jesus Cristo. Por isso, durante o curso dos séculos, a ferida do coração sacratíssimo de Jesus, morto já para esta vida mortal, tem sido a imagem viva daquele amor espontâneo com que Deus entregou seu Unigênito pela redenção dos homens, e com o qual Cristo nos amou a todos tão ardentemente que a Si mesmo se imolou como hóstia cruenta no Calvário: "Cristo amou-nos e ofereceu-se a Deus em oblação e hóstia de odor suavíssimo" (Ef 5, 2) “(Cf. Haurietis Aquas, 39).

A Igreja estima muito a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e, particularmente o Apostolado da Oração nos matricula na escola do Coração de Cristo, porque a Igreja e todos os batizados são dons do Sagrado Coração de Jesus. A ternura e a acolhida de Cristo para com todos deve ser o apanágio de nossa devoção ao Coração de Cristo, que sempre acolheu e nos ensina a acolher e a evangelizar.

Portanto, prestar culto ao Sagrado Coração de Cristo significa adorar aquele Coração que, depois de nos ter amado até o fim, foi trespassado por uma lança e do alto da Cruz derramou sangue e água, fonte inexaurível de vida nova.

A festa do Sagrado Coração foi também o Dia Mundial pela Santificação dos Sacerdotes, ocasião propícia para rezar a fim de que os presbíteros nada anteponham ao amor de Cristo. Que nossos sacerdotes possam, a exemplo do que representa a imagem do Sagrado Coração de Jesus, lançar a sua mão direita, aberta para o infinito, convocando todos os que estão à margem para procurarem o Coração de Cristo, que é a Igreja. E nossas mãos esquerdas, a exemplo da imagem do Sagrado Coração, sejam sempre dirigidas, com nossos atos, para o Coração de Cristo, que a todos nós acolhe, ama, perdoa e nos fortaleza na missão de testemunhar o Ressuscitado!

Levemos o amor do Coração de Cristo às periferias e que nossas lideranças e clero promovam uma nova evangelização.

Sagrado Coração de Jesus, temos confiança em vós!

Dom Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro