sábado, 31 de agosto de 2013

São Raimundo Nonato

São Raimundo Nonato
Hoje, celebramos a vida do santo que se tornou modelo para todo vocacionado à santidade e ao resgate das almas. Por ter encontrado dificuldades para vir à luz, é invocado como patrono e protetor das parturientes e das parteiras (seu nome significa “não nascido” porque foi extraído vivo das entranhas da mãe já morta). São Raimundo Nonato nasceu na Espanha, em Portel, na diocese de Solsona (próximo a Barcelona) no ano de 1200. Ainda menino, teve de guardar o gado e, durante seus anos de pastor, visitava constantemente uma ermida de São Nicolau, onde se venerava uma imagem de Nossa Senhora de quem era devotíssimo. Conta-se que, durante as horas que passava aos pés de Maria, um anjo lhe guardava o rebanho.

Desde jovem, Raimundo Nonato percebeu sua inclinação à vida religiosa. Seu pai buscou, sem êxito, impedi-lo de corresponder ao chamado vocacional. Ao entrar para a Ordem de Nossa Senhora das Mercês, pôde receber do fundador: São Pedro Nolasco, o hábito. Assim, tornou-se exemplo de ardor na missão de resgatar das mãos dos mouros, os cristãos feito escravos.

Certa vez, São Raimundo conseguiu liderar uma missão que libertou 150 cristãos, porém, quando na Argélia acabaram-se os recursos para o salvamento daqueles que corriam o risco de perderem a vida e a fé, o Missionário e Sacerdote Raimundo, entregou-se no lugar de um dos cristãos. Na prisão, Raimundo pregava para os muçulmanos e cristãos, com tanta Unção que começou a convertê-los e desse modo sofreu muito, pois chegaram ao extremo de perfurarem os seus lábios com um ferro quente, fechando-os com um cadeado.

Foi mais tarde libertado da prisão e retornou à Espanha. São Raimundo Nonato, morreu em Cardona no ano de 1240 gravemente doente. Não aguentou atingir Roma onde o Papa Gregório IX queria São Raimundo como Cardeal e conselheiro.

O seu corpo foi descansar na mesma ermida de São Nicolau em que orava nos seus anos de pastor.

São Raimundo Nonato é padroeiro da Capela de Irajá, distrito de Hidrolândia.

São Raimundo Nonato, rogai por nós!

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O que pode acontecer quando se perde a fé?

A fé precisa ser alimentada
Corremos o risco de passarmos uma vida inteira - 30, 40, 50, 80, 100 anos - estudando, trabalhando, comprando, investindo, construindo, mas não pararmos para refletir sobre o nosso crescimento espiritual, sobre a nossa essência perdida na correria do dia a dia.
Ficamos tristes ao perder a carteira com dinheiro, o talão de cheque, o cartão de crédito, a casa própria (tão difícil adquirir e, por falta de pagamento, foi a leilão), o roubo do carro que foi comprado com tanto esforço. Mas como ficamos diante do alerta que a Palavra de Deus nos dá a respeito de perder a fé?
Escutamos tanto sobre qualidade de vida, defesa do meio ambiente, melhores condições financeiras, mas não ouvimos falar sobre a defesa da fé. O que pode acontecer com o ser humano sem a fé? Sem ela, o homem caminha em direção à sua própria destruição.
Famílias, sejam perseverantes na fé e não se agitem por nada, agarrem-se e ancorem-se na fé para não ficarem à deriva em meio às perdas. Mesmo que a sua casa esteja em meio ao caos, proclame a vitória diante do que humanamente é impossível.
Quando os acontecimentos estão escapando das nossas mãos e do nosso controle, é na fé que nos apoiamos. Ela é a bateria do ser humano, é uma palavra simples e pequenininha capaz de comandar a nossa vida.
Um carro sem bateria não funciona; o homem e mulher sem fé não conseguem dar passos perante os problemas da vida.
Só percebemos que a bateria está fraca quando acionamos a chave na ignição e o carro não funciona. Muitos de nós já vivenciaram isso! Quando acontece, chamamos alguém para nos ajudar a empurrar o carro e fazer pegar no tranco, mesmo sabendo que a melhor solução é colocar bateria nova!
Vivemos, muitas vezes, “aos trancos e barrancos”. Não esperemos a fé acabar para começar a “empurrar com a barriga”. Recarreguemos a nossa fé em Jesus, pois ela é alimentada na Bíblia, na Missa e na adoração, só assim continuaremos prontos para caminharmos em meio ao sufoco.
Cleto Coelho
Comunidade Canção Nova

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Mês vocacional

Deus quis precisar de nós
Agosto é considerado o Mês Vocacional, dedicado à reflexão sobre as vocações em geral. Neste mês, costuma-se celebrar as diferentes vocações por semana:
Primeiro domingo: vocação sacerdotal;

Segundo domingo: vocação familiar, dos pais;

Terceiro domingo: vocação à vida consagrada dos religiosos e das religiosas;

Quarto domingo: vocação do laicato na Igreja, ministérios leigos e catequistas.
Deus quis precisar de nós. Como em Jeremias 1,5 - “Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia; antes do teu nascimento, eu já te havia consagrado” -, Deus espera de nós uma resposta a Seu chamado. É esta a vocação de cada um.
No mês dedicado por excelência à reflexão sobre o serviço na Igreja, tomamos consciência de que o Reino de Deus se faz pela providência infinita do Pai, mas também com a participação de cada um de nós.
Quando refletimos sobre a vocação, chegamos à conclusão de que o Senhor nos criou para um objetivo específico: todos nós somos chamados a participar, com nossos dons e talentos, na edificação do Reino.
O mais profundo e tocante em tudo isso é que, mesmo Deus não precisando de nossa ajuda, Ele quis precisar, quis contar conosco.
Se formos sensíveis em perceber esse desejo de Deus é impossível sermos indiferentes.
Viver a vocação é consagrar a nossa vida a um ideal. A nossa realização pessoal reside em entender qual é a nossa vocação e agir de acordo com os ditames de Deus que fala ao nosso coração.
Que Ele nos fortaleça para que tenhamos a disponibilidade e a coragem de dizer “sim” ao Seu projeto, mesmo diante de nossas limitações, das nossas dificuldades, do nosso comodismo, dos nossos medos.
Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Família, lugar de encontros

Espaço sagrado onde o amor deve reinar
A família é um local privilegiado para os grandes encontros da vida. Se por um lado as relações familiares nos convidam a construirmos pontes, por outro lado vivemos em tempos nos quais as reuniões familiares passam por um certo desgaste. Somos chamados a construir relações sólidas, maduras e cristãs em nosso ambiente familiar.
Os encontros na família começam bem antes de os filhos serem gerados. Começa na nossa família, lugar onde fomos criados e educados, onde fizemos ou não as nossas primeiras experiências cristãs. Somos frutos de uma família e grande parte do que somos devemos a ela. E é essa experiência, que acumulamos no convívio de nosso lar, que levaremos conosco para a família que, um dia, iremos formar. São muitos os aspectos que compõem aquilo que somos: personalidade, manias, medos, traumas, bloqueios... Carregamos conosco a carga humana e desumana de relacionamentos que vivenciamos. Somos, hoje, o fruto de uma semente cuidada por uma família.
A vida de casados é tempo também de encontrar-se, talvez não do mesmo jeito que foram realizados durante o período de namoro. É um período baseado na experiência de partilhar a vida juntos. É inevitável que certos conflitos existam, mas o casal deve fazer de sua vida um eterno e grande encontro, no qual haja diálogo, acolhimento, respeito pela diferença. Jesus Cristo deve ser para o casal o grande alicerce de seu relacionamento. As experiências que Jesus teve com as pessoas de Seu tempo devem ser fontes de inspiração e prática para o casal. União que não tem o amor como o principal objetivo nunca será irá produzir crescimento conjugal.
Vida familiar é um lugar privilegiado para que os relacionamentos entre pessoas aconteçam. Um lar harmonioso começa a ser construído à medida que se procura amadurecer as relações. Para que isto aconteça é necessário paciência, diálogo e desejo sincero de querer que estes encontros aconteçam. Nenhum pai ou mãe tem o direito de repetir com os seus filhos os desencontros que teve em seu ambiente familiar. Por isso mesmo é necessário que o casal se conheça bem e tenha feito uma experiência madura durante o seu tempo de namoro.
Encontrar-se em família pode ser uma das experiências mais enriquecedoras que fazemos ao longo de nossa vida. Família é um espaço sagrado onde o amor deve reinar. Em um ambiente, no qual o outro não se sente amado e acolhido, sentirá que nunca poderá ser compreendido. Jesus nos ensina que uma relação bem sucedida exige que estejamos de coração aberto.
As melhores reuniões em família nascem na espontaneidade do dia a dia. Todo momento em família é oportunidade para que todos se encontrem. Pai e mãe, filhos e pais, netos e avós... Cada encontro é uma oportunidade para demonstrarmos às pessoas que convivem conosco o quanto as amamos. Perdemos grandes oportunidades, ao longo de nossa vida, de fazermos de cada momento em nossa família um tempo único e especial.
Um verdadeiro encontro só acontece quando há disponibilidade de ambas as partes. Ninguém se encontra sozinho. Encontramo-nos à medida que nos encontramos com outras pessoas, pois o outro nos ajuda a nos conhecermos a cada dia um pouco mais. A família é um lugar de perdão, misericórdia, reconciliação e oração entre pessoas, as quais, ao longo da vida, fazem a experiência de amor entre si. 
Padre Flávio Sobreiro 

Entrega do Título de Cidadão Hidrolandense ao Padre Fábio Nascimento

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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Vocação

Falamos muito de vocação. Quando dizemos que alguém tem vocação, afinal o que queremos dizer? A palavra vocação vem do verbo no latim "vocare" (chama?). Assim vocação significa chamado. É, pois, um chamado de Deus. Se há alguém que chama, deve haver outro que escuta que responde.

A vida de todo ser humano é um dom de Deus. "Somos obra de Deus, criados em Cristo Jesus" (Ef 2,10). Existimos, vivemos, pensamos, amamos, nos alegramos, sofremos, nos relacionamos, conquistamos nossa liberdade diante do mundo que nos cerca e diante de nós mesmos.

Não somos uma existência lançada ao absurdo. Somos criaturas de Deus.

Não existe homem que não seja convidado ou chamado por Deus a viver na liberdade, que possa conviver, servir a Deus através do relacionamento fraternal com os outros.

Você é uma vocação. Você é um chamado.

Encontramos na Bíblia muitos chamados feitos por Deus: Abraão, Moisés, os profetas... Em todas as escolhas, encontramos:
  • Deus chama diretamente, pela mediação de fatos e acontecimentos, ou pelas pessoas.
  • Deus toma a Iniciativa de chamar.
  • Escolhe livremente e permite total liberdade de resposta.
  • Deus chama em vista de uma missão de serviço ao povo.
 Vocação é o encontro de duas liberdades:
  • a de Deus que chama
  • a do Homem que responde 
Podemos fazer uma distinção entre os chamados: vocação à existência, vocação humana, vocação cristã e vocação específica, uma sobrepondo-se à outra.

Vocação à existência -À vida

Foi o primeiro momento forte em que Deus manifestou todo o seu amor a cada um de nós. Deus nos amou e nos quis participantes de seu projeto de criação como coordenadores responsáveis por tudo o que existe. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus. A vida é a grande vocação. Deus chama para a vida, e Jesus afirma que veio para que todos a tenham em abundância. (Jo 10,10) 

Vocação humana - Ser gente, ser pessoa

Foi nos dada a condição da "liberdade dos filhos de Deus", inteligência e vontade. Estabelecemos uma comunhão com o Criador e, nessa atitude dialogai, somos pessoas. A pessoa aprende a conviver, a dialogar, enfim, a se relacionar. Todos têm direitos e deveres recíprocos.
Infelizmente, a obra-prima do Criador anda muito desprezada: enquanto uns têm condições e oportunidades, outros vivem na miséria, sem condições básicas para ressaltar a dignidade com que foram constituídos. No mundo da exclusão acontece a "desumanização"'e pode-se perder a condição de pessoa humana. 

Vocação cristã - Vocação de filho, de batizado

Todo batizado recebeu a graça de fazer parte do povo eleito por Deus, de sua Igreja. Através da vocação cristã, somos chamados à santidade, vocação à perfeição, recebendo a mesma fé pela justiça de Deus. Fomos, portanto, eleitos e chamados pessoalmente por Cristo para ser, como cristãos, testemunhas e seguidores do Mestre Jesus. Chamados â fé pelo batismo, a pessoa humana foi qualificada de outra forma. Assim todos fazem parte do "reino de sacerdotes, profetas e reis". (1 Pd 2,9)

Toda pessoa batizada tornou-se um seguidor de Cristo, participante de uma comunidade de fé que pode ser chamada para participar da obra de Deus, como membro de sua Igreja, seguindo caminhos diferentes: 

Vocação laical (no matrimônio /no celibato / solteiro - apóstolo)

Assim todo cristão solteiro ou casado, batizado em Cristo, tornando-se membro da sua Igreja, é convocado a ser apóstolo, anunciador do Reino de Deus, exercendo funções temporais. O leigo vive na secularidade e exerce sua missão insubstituível nos ofícios e trabalhos deste mundo. O Concilio Vaticano II sublinhou que a vocação e a missão do leigo "contribuem para a santificação do mundo, como fermento na massa". (LG31)

Vocação ao ministério ordenado (diácono, padre e bispo)

É uma vocação de carisma particular, é graça, mas passa pela mediação da Igreja particular, pois as vocações são destinadas à Igreja. Acontece num acompanhamento sistemático, amadurecendo as motivações reais da opção. O ministro ordenado preside e coordena os serviços da comunidade. Por intermédio dos sacramentos, celebra a presença de Deus no meio do seu povo. O presbítero é enviado a pastorear e animar a comunidade. Ele é o bom pastor que guia, alimenta, defende e conhece as ovelhas. "Isto exige humanidade, caráter íntegro e maduro, virtudes morais sólidas e personalidade madura". (OT 11)

Vocação à vida consagrada (ser irmão religioso ou irmã religiosa / vida ativa ou contemplativa)

O religioso é chamado a testemunhar Cristo de uma maneira radical, vivendo uma consagração total nos votos de pobreza, castidade e obediência. Com a pobreza, vivem mais livres dos bens temporais, tornando-se disponíveis para Deus, para a Igreja e para os irmãos. Com a castidade, vivem o amor sem exclusividade, sendo sinal do mundo l futuro que há de vir. Com a obediência, imitam a Cristo obediente e fiel à vontade do Pai.

Textos bíblicos
Mateus 25,14-30; João 14, 5 - 7
Leia estes textos com calma, um de cada vez, procurando trazê-los para a sua vida.