sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Ano da Fé: Cristocentrismo e adesão à Pessoa de Jesus Cristo


Um dos conhecimentos mais básicos que nunca deve nos faltar é a certeza de que Jesus é uma Pessoa. O que isso quer dizer? Quer dizer que não se pode conceber Jesus somente como uma “Força” ou uma “Energia” sem expressão pessoal. Jesus é uma Pessoa, com quem podemos nos relacionar, que manifesta a sua Vontade em nossas vidas e participa das nossas alegrias e sofrimentos. É Alguém com quem podemos conversar e que se importa muito conosco!

A afirmação bíblica “o Verbo se fez Carne” (Jo 1, 1) é nossa grande esperança. Diz que este Deus pessoal entrou na história dos homens; que não é um Deus distante, mas próximo. O evangelista Mateus lhe chama Emanuel, uma expressão muito rica que significa “Deus Conosco”. O próprio Jesus, quando confia a missão de conduzir a Igreja os Apóstolos, declara: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo.” (Mt 28, 20). Jesus é a Presença de Deus em nosso meio, todos os dias, até o fim de nossas vidas.

Jesus deve ser, para a sua vida, Deus Presente, como Ele ensinou: “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14, 9): por Cristo conhecemos Deus. Ao se fazer Carne, o Verbo Divino elevou a nossa condição humana; temos agora um caminho novo, um novo acesso à Intimidade de Deus (Hb 10, 19-20). Tudo o que podemos conhecer de Deus, Ele o revelou em Jesus Cristo.

A vida do fiel, por isso, é essencialmente “cristocêntrica”. Isto quer dizer ter Jesus como o centro e realização de toda a sua existência. Sua vida só terá sentido a partir do relacionamento com Ele, e do conhecimento cada vez mais profundo da sua Pessoa. Todos os seus planos e projetos devem ser orientados para a Pessoa de Jesus. Assim como os planetas giram ao redor do Sol, também nós devemos ter as nossas vidas iluminadas por este Sol de Amor, sendo que, em nossas órbitas, devemos cada vez mais nos aproximar de Cristo, até sermos totalmente consumidos, como declara São Paulo: “Vivo, mas não sou mais eu; é Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20).

A nossa salvação é operada por Jesus Cristo, que é o mesmo ontem, hoje e sempre (Heb 13, 8). Ninguém se salva em função das suas próprias forças, mas sempre graças ao Sacrifício Redentor de Jesus. E se tudo foi operado por Ele, qual a nossa parte? Nossa parte é, primeiro, estar unido a Cristo; a resposta do homem ao Mistério da Salvação é a sua adesão à Fé, como está escrito: “Se com tua boca confessas que Jesus é o Senhor, e em teu coração crês que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo” (Rm 10, 9). 

O próprio Jesus, porém, nos dá o caminho de adesão à fé:“Quem tem os meus Mandamentos e os observa, este me ama; e quem me ama será amado por meu Pai. Eu o amarei, e me manifestarei a ele” (Jo 14, 21). O caminho da santidade cristã, então, é estar unido à Pessoa Jesus Cristo eproduzir frutos nEle, como o Senhor mesmo nos ensina na Parábola da Videira (Jo 15, 5). Não basta apenas declarar a conversão, dizer que tem fé. Não basta ir à frente de uma assembleia e dizer: “Aceito Jesus como meu Salvador”... É preciso uma vida realmente convertida ao Senhor, “por dentro e por fora”, como ensina São Paulo quando diz: “Visto que ressuscitaste com Cristo, procurai o que está no Alto, onde se encontra Cristo, assentado à Direita do Pai; é no Alto que está a vossa meta, não na Terra” (Col 3, 1-4).

Dependemos dEle todos os dias; "nEle nos movemos, existimos e somos" (At 17, 28). A Pessoa de Jesus é o ponto central da nossa existência. No nosso dia a dia, essa adesão deve ganhar sentido prático e concreto numa vida de imitação a Jesus e na participação nos Sacramentos, que são Canais da Graça Divina para esta União. A vida sacramental une o fiel a Jesus de forma especial.

Essa busca de união a Cristo e de imitá-lo com sinceridade devem ser os motores a mover os cristãos em direção à santidade, com o olhar fixo naqueles que se tornaram modelos de caminhada, os santos, como também ensinou São Paulo: “Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo” (1Cor 11, 1).

Nenhum comentário:

Postar um comentário