Toda instituição e toda construção deve ter, como fundamento, uma base
sólida, dando garantia e estabilidade para sua existência. São Pedro e
São Paulo são pilares da Igreja, ambos martirizados em Roma e ali
sepultados, um na Basílica de São Pedro, e outro, na de São Paulo fora
dos muros.
Pedro representa a instituição Igreja, conforme as palavras de Jesus:
“... eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha
Igreja...” (Mt 16, 18). Paulo representa a missão da Igreja. É só olhar o
livro dos Atos dos Apóstolos e encontrar suas viagens missionárias,
indo ao encontro das comunidades cristãs. Celebrar a festa desses dois
mártires significa revitalizar a Igreja na sua identidade e missão de
ser um grande instrumento de construção do Reino de Deus. Sua força não
está na aparência, no comodismo e no carreirismo, mas no martírio, no
sacrificar-se pelo outro, no assumir a cruz, construindo vidas com
dignidade.
O momento é de redescoberta da vocação missionária da Igreja. No mundo
do desespero, da insegurança e da violência, ela deve ser sinal de
esperança e de vida para o mundo. Sua marca verdadeira tem que ser o
testemunho, o engajamento de seus membros, seguindo o exemplo de Pedro e
Paulo na doação de vida. Ser Igreja é fazer uma opção de vida e ter um
encontro com Aquele que é o autor da vida, Jesus Cristo. É construir
esta realidade também no encontro com as pessoas, no exercício da
cidadania e na vivência cristã. A Igreja deve ser instrumento desta
ação, sendo canal de vida, de fraternidade, de vivência familiar e
comunitária.
Paulo diz que combateu o bom combate, realizou sua tarefa numa entrega
total aos objetivos da missão, completou a corrida e guardou a fé. Ele
fez com que a boa nova do Senhor fosse anunciada com integridade e
chegasse aos mais distantes do mundo conhecido de seu tempo. Anúncio que
continua hoje na pessoa de quem se coloca ao serviço do Reino de Deus.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)
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