|
Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília |
O Ano da Fé, proclamado pelo Papa
Emérito Bento XVI, termina no dia 24 de novembro. Desde outubro
passado, fiéis e toda a Igreja têm tido a oportunidade de refletir mais
sobre a fé católica, atendendo à proposta da iniciativa.
O presidente da Comissão
Episcopal para a Doutrina da Fé da CNBB, Dom Sérgio da Rocha, arcebispo
de Brasília, disse que, ao longo desses 11 meses, houve um esforço geral
de valorizar mais a fé, conhecendo seu conteúdo e vivendo-a mais
intensamente.
Sobre as várias iniciativas no
Brasil e no mundo, Dom Sérgio explica que elas se dividiram em vários
níveis – local, diocesano, em movimentos – mas a proposta foi sempre
estudar os conteúdos fundamentais da fé.
“Houve uma valorização maior do
próprio Catecismo da Igreja Católica. (...) Também eu creio que essa
renovação missionária da Igreja aconteceu em nível local e paroquial
também motivada pelo Ano da Fé”, disse.
A busca da educação na fé por
parte dos jovens foi um ponto destacado pelo bispo auxiliar da
arquidiocese de Belo Horizonte (MG), Dom Wilson Angotti, como uma dessas
iniciativas marcantes. O prelado também é membro da Comissão para a
Doutrina da Fé e contou que viu vários grupos de jovens estudando o
Catecismo da Igreja Católica e a Doutrina Social da Igreja.
“Isso desperta em nós a
consciência de que os jovens estão buscando, estão aprofundando e a fé
tende a se tornar sempre mais consciente e mais firme. Eu acho que isso é
algo que fica marcante nesse Ano”.
Aspectos pontuais
Sem deixar de considerar as ações
paroquiais e diocesanas que aconteceram, Dom Sérgio destacou o
congresso sobre os 20 anos do Catecismo da Igreja Católica, uma ação em
nível de Conferência Episcopal. Ele também citou a publicação de um
documento sobre as razões da fé no mundo de hoje.
“É muito importante as pessoas
darem as razões da fé, o porquê creem, por isso que tem que conhecer
melhor. A própria Conferência Episcopal, através da Comissão para a
Doutrina da Fé, publicou este texto”, exemplificou.
Em nível mais local, Dom Wilson
comentou a intensificação da catequese na região Nossa Senhora da
Conceição, onde ele atua em Belo Horizonte. “Nós tivemos um empenho
grande em intensificar a catequese, eu acho que é uma iniciativa
justamente motivada pelo Ano da Fé e que pode ser percebida em relação
ao que o Ano da Fé nos solicitava”.
|
Dom Wilson Angotti, Bispo auxiliar de Belo Horizonte |
Provação à fé
A busca pela confirmação na fé
coloca em questão também as diversas formas de abalar a fé nos dias de
hoje. Como exemplo, podem ser citados os conflitos na Síria, que
causaram muitas mortes e destruição no país, inclusive de cristãos.
Dom Wilson comenta que as
adversidades sempre estiveram presentes na história da Igreja, com
desafios e opressões aos cristãos. “Eu acredito que a fé, também nesses
ambientes de adversidades, ela se fortalece sempre mais e o testemunho
dos cristãos nunca passa em vão”.
Orientações para vivência da fé
E para estes últimos meses de Ano
da Fé, Dom Sérgio e Dom Wilson deixaram algumas orientações para que
esse período seja bem vivenciado. Dom Wilson destacou três ações:
conhecer, viver e transmitir a fé.
“É um compromisso que fica para
cada um de nós cristãos mesmo terminando o Ano da Fé, que nos serve
apenas de uma motivação para que possamos viver esses compromissos que
são parte integrante de toda a nossa vida cristã”.
Dom Sérgio concluiu destacando
que estas são ações, inclusive, presentes na estrutura do próprio
Catecismo da Igreja Católica. “Nós temos que entender que o Ano da Fé
continua a sua proposta de uma vivência da fé, mas da fé que é
professada, da fé celebrada, portanto são esses três momentos que
estrutura o próprio Catecismo da Igreja Católica: a fé que nós
professamos, a fé que nós rezamos ou celebramos, a fé que nós procuramos
vivenciar”.