No encerramento deste Ano Litúrgico, na Festa de Cristo Rei, termina o
Ano da Fé, proclamado pelo grande Papa Bento XVI. O objetivo do Papa foi
dar a Igreja uma oportunidade de reavivar o dom da fé que cada um
recebe no santo Batismo, como que em forma de semente, e que deve
florescer ao longo da vida.
“A fé é um dom de Deus”. (Ef 2,8)
“É uma posse antecipada do que se espera”. (Hb 11,1)
“É a vitória que vence o mundo”. (1 Jo 5,4)
“Sem fé é impossível agradar a Deus”. (Hb 11,6)
A fé não é um ato sentimental, não; é a adesão da inteligência às verdades reveladas por Deus, por causa de sua autoridade. Não crê porque entendemos, mas porque Deus nos revelou a sua Pessoa em Jesus Cristo, e as verdades. E Deus não pode se enganar e nem nos enganar.
A Revelação que Deus fez de si mesmo foi confiada ao Magistério
infalível da Igreja, ao qual devemos ouvir e obedecer com humildade.
Jesus quis que a Igreja, pelos seus pastores, falasse em Seu Nome: “Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos rejeita, a mim rejeita, e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou”
(Lc 10,16). Deixar de ouvir e de obedecer ao Magistério da Igreja é o
mesmo que não ouvir e não obedecer ao Pai e ao Filho. Há dois mil anos a
Igreja ensina o mesmo Credo, os mesmos Sacramentos, a mesma Liturgia.
Nunca um Papa revogou o ensinamento doutrinário de um seu predecessor; e
nunca um dos 21 Concílios universais da Igreja cancelou algum dogma ou
verdade revelada por Deus. É claro: o Espírito Santo não se contradiz ao
longo do tempo da Igreja.
A fé é dom de Deus, por isso alcança uma certeza que o conhecimento
humano mais profundo não pode atingir. São Tomás de Aquino dizia que
quem nega um só artigo de fé nega toda a fé, a faz desmontar. Jesus
prometeu aos Apóstolos na última Ceia que a Igreja conheceria “toda a verdade” (Jo 16,13) e que eles se “lembrariam de tudo que Ele ensinou”
(Jo 14,25). E que o Espírito Santo a guiaria em toda a verdade e
estaria sempre com eles (Jo 14, 15). O que mais nós precisamos para
saber que a Igreja é a garantia de fé sem erro? Por isso, todos os
santos, amaram e serviram a Igreja como ao próprio Cristo e dela
nutriram a sua fé. A fé não é nossa, não é minha; é da Igreja. Quem tem
crise de fé se esqueceu disso.
Na missa que o Papa Bento XVI celebrou aqui em Aparecida, em 13 de maio de 2007, na abertura do V CELAM, ele disse:
“Este é o rico tesouro do continente Latino-Americano; este é seu
patrimônio mais valioso: a fé em Deus Amor, que revelou seu rosto em
Jesus Cristo. Vós acreditais no Deus Amor: esta é vossa força que vence o
mundo, a alegria que nada nem ninguém vos poderá arrebatar, a paz que
Cristo conquistou para vós com sua Cruz! Esta é a fé que fez da América –
Latina o “Continente da Esperança”. Não é uma ideologia política, nem
um movimento social, como tampouco um sistema econômico; é a fé em Deus
Amor, encarnado, morto e ressuscitado em Jesus Cristo, o autêntico
fundamento desta esperança que produziu frutos tão magníficos desde a
primeira evangelização até hoje”.
Que o Ano da Fé que se encerra a renove em cada um de nós, e que a
partir deste novo ano que se inicia, possamos cultivá-la com carinho e
dar mais atenção à nossa fé.
Prof. Felipe Aquino
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