A Secretaria de Estado enviou uma nota aos diplomáticos para que
estejam atentos à situação dos cristãos nos países em conflito, no
Oriente Médio.
A Secretaria de Estado enviou, nesta semana, às Embaixadas credenciadas
junto à Santa Sé uma “nota verbal” para recordar os recentes apelos
lançados pelo Papa sobre o Oriente Médio.
Em entrevista à Rádio Vaticano, o secretário para as Relações com os
Estados, o arcebispo Dom Dominique Mamberti, falou sobre as intenções do
Papa e a situação dos cristãos no Oriente Médio.
Segundo o arcebispo, a Secretaria de Estado acompanha a situação das
comunidades cristãs no Médio Oriente com grandíssima preocupação. A
minoria cristã, nos locais de conflito, sofrem com o medo e a
instabilidades e muitos foram obrigados a emigrar.
Segue, na íntegra, entrevista do secretário para as Relações com os Estados:
O que a Santa Sé fará para aliviar a situação?
A Santa Sé atua em diferentes níveis. Em primeiro lugar, o próprio Santo
Padre tem manifestado em várias ocasiões e de maneira comovida a sua
proximidade às comunidades cristãs, em particular às famílias de Mosul,
convidando a todos a rezarem por eles. Ele exprimiu pessoalmente a sua
proximidade também através de alguns dos seus responsáveis religiosos,
entre os quais o Patriarca de Babilônia dos Caldeus e o Patriarca de
Antioquia dos Sírios, encorajando pastores e os fiéis a serem fortes na
esperança. Também enviou uma ajuda econômica às famílias através do
Pontifício Conselho Cor Unum, para atender às necessidades humanitárias.
Da nossa parte, portanto, a Secretaria de Estado, através dos seus
próprios canais diplomáticos, continua a estimular a atenção das
autoridades internacionais e dos governos ao destino destes nossos
irmãos e foi enviada, mesmo nestes dias, uma “Nota verbal” a todas
embaixadas credenciadas junto à Santa Sé, com o texto dos últimos apelos
do Santo Padre relacionados à situação no Médio Oriente, com o pedido
de apresentar a mensagem aos respectivos governos.
E é nosso desejo sincero que a comunidade internacional tome a peito a
questão, pois estão em jogo princípios fundamentais para a dignidade
humana, o respeito pelos direitos de cada pessoa, para uma convivência
pacífica e harmoniosa das pessoas e dos povos. O Iraque e os outros
países do Oriente Médio são chamados a ser um modelo de convivência
entre comunidades diversas, caso contrário, seria uma grande perda e um
péssimo presságio para o mundo inteiro.
Como a secretaria vê os conflitos que atravessam a região e, em particular, a escalada da violência na Faixa de Gaza?
Trata-se de uma situação trágica e muito triste, à qual, infelizmente,
há o risco de nos habituarmos e a considerarmos quase como inevitável, o
que não seria justo. O Santo Padre lançou numerosos apelos para se
continuar a rezar, invocando o dom da paz e acolhendo o chamado que vem
de Deus para quebrar o ciclo do ódio e da violência que põe a paz sempre
mais distante.
Gostaria de reiterar aqui o convite do Papa a quantos têm
responsabilidades políticas, em âmbito local e internacional, para não
poupar algum esforço que ponha fim a todas as hostilidades e ajude a
alcançar a paz desejada para o bem de todos. Como diz exatamente o Papa
Francisco, é preciso mais coragem para fazer a paz do que para fazer a
guerra, além disso no centro de qualquer decisão deveriam ser colocados
não os interesses particulares, mas o bem comum e o respeito por cada
pessoa.
Fonte: Canção Nova Notícias
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