1) Viver e deixar viver, primeiro passo para a felicidade.
“Aqui os romanos têm um ditado e podemos levá-lo em consideração para
explicar a fórmula que diz: ‘Vá em frente e deixe as pessoas irem
junto’.” Viva e deixe viver é o primeiro passo da paz e da felicidade.
2) Doar-se aos outros para não deixar o coração dormindo.
“Se alguém fica estagnado, corre o risco de ser egoísta. E água parada é a primeira a ser corrompida.”
3) Mover-se com humildade, com benevolência entre as pessoas e as situações.
O Papa usa o termo “remansadamente”, de um clássico da
literatura argentina. “No [romance] ‘Dom Segundo Sombra’ há uma coisa
muito linda, de alguém que relê a sua vida. Diz que em jovem era uma
corrente rochosa que levava tudo à frente; quando adulto, era um rio que
andava para frente; na velhice, sentia-se em movimento, mas remansado. Eu utilizaria essa imagem do poeta e romancista Ricardo Guiraldes, este último adjetivo, remansado. A capacidade de se mover com benevolência e humildade, o remanso
da vida. Os anciãos têm essa sabedoria, são a memória de um povo. E um
povo que não se importa com os mais velhos não tem futuro.”
4) Preservar o tempo livre como uma sadia cultura do ócio.
“O consumismo levou-nos a essa ansiedade de perder a sã cultura do ócio,
desfrutar a leitura, a arte e as brincadeiras com as crianças. Agora
confesso pouco, mas, em Buenos Aires, confessava muito e quando via uma
mãe jovem perguntava: Quantos filhos tens? Brincas com os teus filhos? E
era uma pergunta que não se esperava, mas eu dizia que brincar com as
crianças é a chave, é uma cultura sã. É difícil, os pais vão trabalhar e
voltam às vezes quando os filhos já dormem. É difícil, mas há que
fazê-lo”.
5) O domingo é para a família.
“Um outro dia, em Campobasso (Itália), fui a uma reunião entre o mundo
universitário e mundo trabalhador, todos reclamavam que o domingo não
era para trabalhar. O domingo é para a família”.
6) Ajudar, de forma criativa, os jovens a conseguirem um emprego digno.
“Temos de ser criativos com este desafio. Se faltam oportunidades, caem
na droga. E é muito elevado o índice de suicídios entre os jovens sem
trabalho. Outro dia li, mas não me fio, porque não é um dado científico,
que havia 75 milhões de jovens com menos 25 anos desempregados. Não
basta lhes dar de comer, há que inventar cursos de um ano de
canalizador, eletricista, costureiro. A dignidade de levar o pão para
casa”.
7) Cuidar da natureza, amar a criação.
Há que cuidar da criação e não estamos fazendo isso. É um dos maiores desafios que temos.”
8) Esquecer-se rapidamente do negativo que afeta a vida.
“A necessidade de falar mal de alguém indica uma baixa autoestima. É
como dizer: sinto-me tão em baixo que, em vez de subir, rebaixo o outro.
Esquecer-se rapidamente do negativo é muito mais saudável”.
9) Respeitar o pensamento dos outros.
“Podemos inquietar o outro com o testemunho para que ambos progridam com
essa comunicação, mas a pior coisa que se pode fazer é o proselitismo
religioso, que paralisa: ‘Eu converso contigo para te convencer’. Não.
Cada um dialoga sobre a sua identidade. A Igreja cresce por atração, não
por proselitismo”.
10) Buscar a paz é um compromisso.
“Vivemos uma época de muitas guerras. Na África, parecem guerras
tribais, mas são algo mais. A guerra destrói. E o clamor pela paz é
preciso ser gritado. A paz, às vezes, dá a ideia de quietude, mas nunca é
quietude, é sempre uma paz ativa”.
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