“Como testemunho Cristo com a minha fé?”, refletiu o Papa Francisco neste domingo
O Papa Francisco tomou posse da Basílica de São Paulo Fora dos Muros com
a celebração de uma Missa na tarde deste domingo, 14, em Roma.
Francisco manifestou a alegria de celebrar a Eucaristia nessa basílica
papal localizada sobre o túmulo de São Paulo, “Apóstolo humilde e grande
do Senhor, que O anunciou com a palavra, testemunhou com o martírio e
adorou com todo o coração”.
Em sua homilia, o Pontífice destacou três verbos importantes: anunciar,
testemunhar e adorar. Os apóstolos diante da ordem de não falar nem
ensinar no nome de Jesus, de não anunciar mais a sua mensagem, respondem
com clareza: Importa mais obedecer a Deus do que aos homens. E nem o
fato de serem flagelados, ultrajados, encarcerados os deteve. “Pedro e
os Apóstolos anunciam, com coragem e desassombro, aquilo que receberam: o
Evangelho de Jesus”, disse ainda o Santo Padre.
“E nós? Somos nós capazes de levar a Palavra de Deus aos nossos
ambientes de vida? Sabemos falar de Cristo, do que Ele significa para
nós, em família, com as pessoas que fazem parte da nossa vida diária? A
fé nasce da escuta e fortalece-se no anúncio”, frisou o Papa.
Francisco disse ainda que “o anúncio de Pedro e dos Apóstolos não é
feito apenas com palavras, mas a fidelidade a Cristo toca a sua vida,
que se modifica, recebe uma nova direção, e é precisamente com a sua
vida que dão testemunho da fé e anunciam Cristo”.
No Evangelho, Jesus pede por três vezes a Pedro que apascente o seu
rebanho. “Trata-se de uma palavra dirigida primariamente a nós,
Pastores: não se pode apascentar o rebanho de Deus, se não se aceita ser
conduzido pela vontade de Deus mesmo para onde não queremos se não
estamos prontos a testemunhar Cristo com o dom de nós mesmos, sem
reservas nem cálculos, por vezes à custa da nossa própria vida. Mas isto
vale para todos: tem-se de anunciar e testemunhar o Evangelho”.
“Como testemunho Cristo com a minha fé? Tenho a coragem de Pedro e dos
outros Apóstolos para pensar, decidir e viver como cristão, obedecendo a
Deus? No grande desígnio de Deus, cada detalhe é importante, incluindo o
teu, o meu pequeno e humilde testemunho, mesmo o testemunho oculto de
quem vive a sua fé, com simplicidade, nas suas relações diárias de
família, de trabalho, de amizade. A incoerência dos fiéis e dos Pastores
entre aquilo que dizem e o que fazem entre a palavra e a maneira de
viver mina a credibilidade da Igreja”, ressaltou ainda Francisco.
Por fim, o Pontífice questionou: “Você, eu adoramos o Senhor? Vamos ter
com Deus só para pedir, para agradecer, ou vamos até Ele também para
adorá-lo? O que significa adorar a Deus? Significa aprender a estar com
Ele, demorar-se em diálogo com Ele, sentindo a sua presença como a mais
verdadeira, a melhor, a mais importante de todas. Cada um de nós possui
na própria vida, de forma mais ou menos consciente, uma ordem bem
definida das coisas que são consideradas mais ou menos importantes”,
destacou.
O Papa disse ainda que “adorar o Senhor quer dizer dar-Lhe o lugar que
Ele deve ter; adorar o Senhor significa afirmar, crer – e não apenas por
palavras – que só Ele guia verdadeiramente a nossa vida; adorar o
Senhor quer dizer que estamos diante d’Ele convencidos de que é o único
Deus, o Deus da nossa vida, da nossa história”.
“Daqui deriva uma consequência para a nossa vida: despojar-nos dos
numerosos ídolos, pequenos ou grandes, que temos e nos quais nos
refugiamos, nos quais buscamos e muitas vezes depomos a nossa segurança.
São ídolos que frequentemente conservamos bem escondidos; podem ser a
ambição, o carreirismo, o gosto do sucesso, o sobressair, a tendência a
prevalecer sobre os outros, a pretensão de ser os únicos senhores da
nossa vida, qualquer pecado ao qual estamos presos, e muitos outros.”
“O Senhor é o único, o único Deus da nossa vida e convida-nos a
despojar-nos dos numerosos ídolos e a adorar só a Ele. Que a
bem-aventurada Virgem Maria e o Apóstolo Paulo nos ajudem neste caminho e
intercedam por nós”, concluiu Francisco.
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