A festa de Pentecostes, celebra a vinda do Espírito Santo sobre os
discípulos, reunidos em Jerusalém, 50 dias após a Páscoa. Estavam
presentes os Apóstolos, a Mãe de Jesus, e um bom número de outros,
conforme o livro dos Atos. A manifestação extraordinária do Espírito
Santo era esperada, mesmo porque sua ordinária presença é uma
realidade para aqueles que creem. Na ressurreição, o Senhor já o
comunicara: Recebei o Espírito Santo; àqueles a quem perdoardes os
pecados serão perdoados, àqueles a quem não perdoardes serão retidos.
(Jo20,19-23)
O Espírito Santo é força de unificação como expressa Paulo aos
Coríntios: Ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, a não ser no Espírito
Santo. Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. (ICor.12,3).
Após Pentecostes, os Apóstolos saem anunciando Jesus Cristo como Filho
de Deus feito homem que fora assassinado pelo poder constituído,
ressuscitara, estava vivo e não podia mais morrer. A informação
bíblica diz que a pregação era tão convincente que cada um, mesmo
estrangeiro, os entedia em sua própria língua.
É a linguagem unificadora do amor autêntico, aquele que vem de Deus. Com
o Pentecostes, nasce propriamente a Igreja fundada por Cristo. O
Senhor já havia previsto isto aos discípulos, quando, ressuscitado,
sentou-se com eles à mesa mais uma vez e disse: recebereis o Espírito
Santo, que descerá sobre vós e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e
em toda a Judéia e na Samaria e até as extremidades da terra.
(At.1,8)
Hoje, após dois mil anos, contudo, os cristãos experimentam desunião,
organizados em várias igrejas e seitas. A realidade provoca
preocupação a todos. Porém, há um consolo.
Atualmente, os esforços em busca da unidade perdida são cada vez
maiores, o diálogo entre os grupos abertos à compreensão é um fato. A
semana que precede a festa de Pentecostes é celebrada com orações pela
unificação dos cristãos, liturgias são realizadas em igrejas de
diferentes tradições por católicos e não católicos.
A força do Espírito também garante aos cristãos que as adversidades provocadas pela iniqüidade não serão capazes de ameaçar a Igreja e muito menos a pessoa de Cristo, Filho de Deus, vencedor da morte. Ele já havia dito ao chefe dos Apóstolos: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
Um dos títulos do Espírito Santo é iluminador das mentes, luz dos corações. Seja ele, neste Pentecostes, a claridade para todos, a fim que unidos propaguemos o bem e seja o mal vencido para sempre.
Dom Gil Antônio Moreira
Bispo de Jundiaí-SP
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